segunda-feira, 9 de junho de 2008

EUROCOPA

A primeira rodada da Euro ainda não acabou. Ainda tem amanhã Espanha e Rússia e Grécia e Suécia. Mas o grupo desta primeira fase que vale mesmo apenas assistir é o C, que reúne Itália, França, Holanda e Romênia.
Na primeira partida do grupo, entre França e Romênia, os "le bleu" (não sei se é assim que escreve) mostraram que não são aquilo tudo que falaram e a Romênia provou também que não está tão fraca assim quanto se achava. Tá certo... Dessa vez os romenos não tem nenhum Hagi na equipe, mas aquele tal de Mutu ainda vai dar o que falar. Mesmo assim, acho que ele não vai conseguir carregar os amarelos nas costas, como fez o eterno craque romeno na Copa de 1994, quando levou o time para um inédito terceiro lugar, mas, no mínimo ele deve descolar um contrato melhor no final da competição. Afinal de contas, infelizmente, é pra isso que vem servindo essas competições de seleções. Amor a pátria é balela...
A França, coitada, mostrou que depende muito do craque do Barcelona, Thierry Henry. O jogador brigou com o técnico Domenech antes do jogo, e por birra, o treinador não o colocou em jogo mesmo vendo seu time ter um colapso criativo em campo. Ribery e Malouda foram ridículos e Anelka mostrou que pode vir pra cá reforçar o Bahia. Perdeu uns gols inaceitáveis.
Já o jogo entre Itália e Holanda valeu o ingresso (pra quem estava lá, é claro). Como eu já havia comentado em um desses blogs aí, a Holanda é uma séria candidata ao título. Nilsterooy jogou muito, assim como todo o time. A Itália, apesar da derrota, foi corajosa e deve se classificar junto com os laranjas no final das contas.
O único momento em que os holandeses fizeram feio, foi na hora de comemorar. Que o diga Sneijder...

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Aflitos

Talvez esteja até ficando um pouco repetitivo, mas me sinto um pouco na obrigação de falar em prol dos times nordestinos. Hoje, mais duas notícias voltaram a perturbar a minha consciência e me fizeram acreditar ainda mais que o futebol do nordeste ainda é o quintal dos times do sudeste e da própria CBF.
A corda arrebentou mais uma vez do lado mais fraco. A confusão ocorrida no estádio dos Aflitos no dia 31 de maio, com o zagueiro do Botafogo André Luis como protagonista, teve um capítulo a parte hoje que, na minha opinião, foi mais absurdo do que a própria baderna. O presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Rubens Approbato, deferiu o pedido de interdição do Estádio dos Aflitos, deixando o Náutico sem estádio no Brasileirão, ao menos até o dia do julgamento, que está marcado para o dia 11 de junho. Além disso, em nota oficial, o presidente do STJD afirmou que a interdição irá durar até a conclusão TOTAL do processo e de uma inspeção em momento “oportuno” realizada por uma comissão da CBF. A pergunta é: Quando? A próxima partida do alvi rubro no campeonato em casa é contra o Vasco, no dia 14 de junho. Até lá, é bem provável que nada tenha se resolvido. Além disso, o juiz do jogo relatou na súmula que os aspectos técnicos do campo, como o gramado, eram ruins e que atrapalhavam a realização normal do jogo. Não acho que a situação do gramado do estádio pernambucano seja a ideal, mas há tempo suficiente para que a situação seja regularizada entre uma partida e outra, sem a necessidade de punição alguma ou déficit para o torcedor. E se eles forem interditar todos os estádios que tivessem um gramado parecido com o dos Aflitos, teriam que fechar os portões de vários outros estádios pelo Brasil. Mas isso não vai acontecer... A necessidade do STJD em demonstrar força e impor respeito é maior que o bom senso da organização. Afinal de contas, porque na ocasião do show do U2 no Brasil, por exemplo, não interditaram o Morumbi até consertarem o gramado? Alguns dias depois foi realizado jogo lá com buracos e ondas que, se os jogadores não se cuidasse, era capaz deles tropeçarem.
E o Botafogo? Quando um empregado de uma empresa faz uma cagada e é responsabilizado por isso, o empregador também responde pelo seu funcionário. O grande protagonista da bagunça do último final de semana foi André Luis. No entanto, o Botafogo vai ser punido apenas por atrasar o reinício da partida, pois o restante dos jogadores do time se recusaram a voltar a campo em solidariedade ao delinquente. Um protecionismo escancarado. Além do mais, responsabilizar o Náutico pelas ações da PM, um órgão de administração do Estado, é o mesmo que responsabilizar o Bahia pela manutenção da Fonte Nova. Loucuras, que só se vêem no futebol brasileiro.
Além disso, vai sair na edição de amanhã da Tribuna da Bahia um provável fechamento de parceria entre o Vitória e a TRAFFIC, mesma empresa que gerencia as finanças do Palmeiras. Será que só eu acho que essa é uma clara manobra de levar os bons jogadores do rubro negro para os grandes clubes do sudeste, especialmente o Palmeiras? O Vitória, que já revelou craques como Dida e Bebeto, não pode ficar refém disso...

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Mais um peso na balança

É incontestável dizer como o futebol brasileiro é, de longe, o mais saboroso e equilibrado de todo o mundo. Se tomarmos o Campeonato Brasileiro como principal referência, poderemos facilmente comprovar isso. Em 37 edições, 17 clubes já comemoraram ao menos uma vez o título nacional, sendo que apenas 7 deles conseguiram levantar o caneco duas ou mais vezes. A edição de 2008, mais até do que os recentes anos anteriores, vem comprovando mais uma vez essa igualdade. Depois de quatro rodadas, o Cruzeiro vem firme em busca do seu segundo título, com 10 pontos, acompanhado de perto pelo Flamengo, que vai atrás do quinto (ou sexto, dependendo do ponto de vista). O São Paulo, maior campeão, está cambaleando na zona de baixo e até aqui não demonstra capacidade de melhorar em busca de mais um título. Ainda bem, afinal de contas, o tri campeonato do tricolor seria o primeiro na história da competição e começaria a quebrar a escrita de equilíbrio. Além disso, a derrocada são paulina é um grande alívio para o futebol brasileiro. Obviamente não falo pelo futebol mostrado há poucos anos atrás e da representatividade mundial que o time tem. Mas pelo futebol sistemático e sem graça que vem apresentando.
Além do torneio do segundo semestre, ainda temos a Copa do Brasil. Quem diria que, depois de cair para a segunda divisão com uma campanha vergonhosa no ano passado, o Corinthians mostraria forças suficientes para se reerguer tão rápido e chegar tão perto de conquistar uma vaga para a Libertadores? E o Sport também. Como sempre, no começo do ano ninguém aposta em um time do nordeste como força em qualquer competição de nível nacional. Quando chega é surpresa. É verdade que as finanças da equipe pernambucana pode não ter as mesmas cifras que a do São Paulo, por exemplo, mas a organização e o profissionalismo não deixam nada a desejar. A única exceção entre os grandes do Nordeste me parece ser o Bahia, onde a corrupção e o paternalismo parecem imperar. Mas isso é outro papo...
O futebol nordestino, aliás, tem dado muitas alegrias aos seus torcedores. Apesar da confusão dos Aflitos, que envolveu fatores que fogem ao controle do alvi-rubro, o Náutico bateu com sobras o todo poderoso Botafogo, que a mídia esportiva coloca como grande favorito mesmo sem ter ganhado nada desde 1995, quando foi campeão brasileiro. O Vitória, acabou de voltar para a Série A e ainda está em fase de adaptação, mas já mostrou que não vai ser saco de pancadas de ninguém. E o Sport nem se fala.
Essa elevação do futebol nordestino, meio ofuscada pela mídia nacional, vem aí pra equilibrar ainda mais o futebol brasileiro. Dentre aqueles 17 campeões brasileiros citados lá em cima, apenas o Sport, em 1987 e o Bahia no ano seguinte trouxeram o título para a região. Este ano o renascimento de equipes como os rubro negros pernambucano e baiano e do Náutico, na série A, e Fortaleza na série B, deve acirrar mais ainda o equilíbrio do futebol brasileiro e somar mais algumas forças aos todo poderosos sudestinos e sulistas. A minha aposta é que, este ano, o tricolor cearense volte mais uma vez a jogar a primeira divisão e que, depois do término das finais da Copa do Brasil, o Sport se junte ao Náutico na ponta de cima da tabela da Série A e, quem sabe, traga pela terceira vez na história o caneco pra cá.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

O faniquito do zagueiro e a exclusão nordestina da mídia

Não quero mais dizer aqui que o que aconteceu ontem no Estádio dos Aflitos, em Recife, foi um absurdo. Isso todo mundo já sabe e já ouviu demais por aí. O que eu fico realmente revoltado é com a dimensão que a coisa tomou em comparação com outros eventos de mesma ou até mesmo maior gravidade do que o faniquito de um zagueirinho qualquer.
Estava ouvindo a resenha esportiva sobre a rodada do Campeonato Brasileiro no rádio ontem a noite, quando um dos locutores da Sociedade AM disse o seguinte: “Viu aí?! Esses caras do Rio de Janeiro chegam aqui no nordeste e acham que podem fazer o que quiser!”. Hoje a tarde, assistindo ao “Redação Sportv”, o presidente do Náutico, Maurício Cardoso, deu uma declaração mais ou menos assim: “Ano passado, nossa equipe estava no estádio do Canindé, em São Paulo, e um torcedor do Náutico morreu na nossa frente e a mídia não deu a atenção que estão dando para o caso do André Luis, por exemplo”. O apresentador do programa fingiu que nem ouviu a colocação do presidente e fez uma outra pergunta fora do contexto do que Maurício Cardoso acabara de falar. Ano passado, no maior acidente da história do futebol brasileiro, na Fonte Nova, quando 7 torcedores do Bahia morreram ao despencar do anel superior do estádio no dia do retorno da equipe à série B, a cobertura nacional da mídia aconteceu sim, é verdade, mas não com o destaque merecido. O tempo passou, e a mídia nacional se preocupa só com as reformas no Maracanã e no Morumbi, visando a Copa de 2014. As novas notícias sobre a tragédia a gente só soube pelos jornais daqui mesmo, e muito em cima do fato do tricolor estar sem estádio pra jogar ou pela candidatura de Salvador a sediar uma das chaves da Copa . E só.
A mídia brasileira em geral dá atenção demais às tragédias que acontecem no eixo Sudeste-Sul, e os nordestinos pé-rapados, (que roubam os empregos deles por lá) que se lasquem. Quem não se lembra quando o alambrado de São Januário na final da João Havelange, no ano 2000, entre Vasco e São Caetano? A televisão cobrava veementemente soluções rápidas para o problema e que os culpados fossem punidos. E não venham me dizer que isso se deu por causa da proximidade dos eventos às sedes das grandes emissoras. Com a expansão desses meios pelo mundo todo, essas fronteiras são facilmente transponíveis, se é que elas existem mesmo.
Não quero aqui defender o revanchismo incitado pelo narrador da Sociedade ou pelo presidente do Náutico, mas sei que eles tem motivos de sobra para falar o que falaram. Quando um zagueiro qualquer do Botafogo, como o André Luis, acorda de mau humor e resolve brigar com a polícia (que cumpriu o seu trabalho, diga-se de passagem), é motivo para repensar a segurança nos estádios de todo o Brasil. Mas quando morrem sete torcedores ao cair das alturas de um dos maiores estádios do Brasil que caia aos pedaços, os baianos que se virem para achar os culpados e os puna. O próximo passo é dizer que o futebol brasileiro está decadente, só porque o Náutico está perto dos líderes da Série A do Campeonato Brasileiro. É melhor a gente se cuidar e fortalecer o futebol e nossas federações o quanto antes, ou senão vamos acabar isolados na nossa insignificância sertaneja. O primeiro passo, que inclusive está em vias de acontecer, é a volta da Copa do Nordeste. Tomara que aconteça e que nossos clubes e torcedores saibam como se defender desse monopólio sulista da dramaticidade. O que é drama lá, é aqui também.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Ainda não acabou

Ontem foi um dia excepcional para o esporte bretão. O futebol brasileiro mostrou que tem bons times, com capacidade de decidir, também no nordeste. Na Copa do Brasil, os dois times cariocas que preteriam uma vaga na final da competição foram eliminados da maneira mais cruel possível: nos pênaltis. Meu palpite, colocado aqui no post anterior, estava certo, e Sport e Corinthians decidirão qual o primeiro time a conseguir uma vaga na Libertadores 2009. Os resultados de ontem foram demais para dois dos principais líderes do Vasco e Botafogo. O técnico Cuca, que morre na praia a cerca de dois anos com o Botafogo, estava desolado ontem a noite e acabou se demitindo do comando da equipe hoje pela manhã. Já Edmundo, o "animal", depois de perder mais um pênalti decisivo na carreira, anunciou que pendurou as chuteiras hoje a tarde, mas vai ter pela frente outra besta pela frente. O mais ignorante dos dirigentes do futebol mundial, Eurico Miranda, simplesmente negou o pedido de Edmundo para rescindir o contrato para se aposentar. O presidente do Vasco quer que o craque conclua seu compromisso, e que se f&#$%. O atacante deve estar de cabeça quente depois de mais um fiasco na carreira. Além dos precedentes violentos, só agora, de cabeça, pensando rapidinho, me lembro de três penalidades desperdiçadas por ele que prejudicaram o Vasco. No ano 2000, na final do Campeonato Mundial, diante de um Maracanã lotado, o atacante perdeu a penalidade que deu o primeiro campeonato mundial reconhecido pela FIFA para o Corinthians. Recentemente, na Taça Guanabara, Edmundo perdeu um contra o Flamengo, jogando fora as chances da equipe de seguir na competição. E ontem, mais um... Isso sem falar nos que ele jogou pra fora pelo Palmeiras, que eu realmente não me lembro. Foi um grande jogador, mas amarelou nas horas mais decisivas.
Pela Libertadores, foi difícil, mas o Fluminense mostrou que tem time para parar o Boca Juniors. E agora, até Riquelme é dúvida pro jogo de volta. Todo cuidado ainda é pouco com o maior bicho papão da atualidade na Libertadores, afinal eles adoram inventar uma surpresa quando jogam fora de casa. O 2 a 2 de ontem dá ao tricolor carioca a vantagem de poder empatar em 0 a 0 e 1 a 1, resultados que eu sinceramente não acredito que aconteçam. O time com o futebol mais ousado e ofensivo da atualidade no Brasil, deve ir pra cima pra tentar sacramentar de uma vez a classificação para a final. Menções honrosas para Thiago Silva, melhor zagueiro do Brasil, e para Renato Gaúcho, o técnico jovem mais promissor do país.
Apesar de toda a festa de pernambucanos, paulistas e cariocas, é preciso lembrar que ainda não tem nada ganho. O Timão tem um time empolgado e bom tecnicamente pela frente para chegar na competição continental mais almejada pelo alvi negro. O Sport vai enfrentar uma equipe com brios, que tem na sua torcida e na dedicação em campo de seus jogadores a sua maior arma. E o Fluminense...... Bom, o Fluminense tem o Boca pra vencer. Precisa falar mais alguma coisa?





domingo, 25 de maio de 2008

Começo em ponto morto...



Até aqui, o Campeonato Brasileiro não começou. As grandes equipes que estão disputando Libertadores ou Copa do Brasil, preferem guardar seus times titulares para essas competições, que estão em fase decisiva. Agora que o funil começou a estreitar, é que a competição vai começar pra valer. O São Paulo, provavelmente sem Adriano, vai começar a colocar seu time de verdade em campo, assim como o Santos e, se Deus quiser, o Botafogo. Com exceção do time da Vila, as outras duas são candidatas sérias ao título. A estrela solitária, já que treme tanto na hora de partidas decisivas, deveria aproveitar um campeonato comprido como o Brasileiro para tentar conquistar um título. Pelo menos não teria que jogar uma final. O São Paulo só terá chance se conseguir montar um time que lembre o dos anos anteriores. Jogador e técnico pra isso tem.
Falando em São Paulo, a eliminação da Libertadores foi uma demonstração que a camisa não pesa tanto assim no futebol, como falam por aí. A tradição do tricolor paulista é infinitamente maior que a do carioca na competição, mas nem por isso deixou de ser pressionada e de tomar um gol de herói aos 46 do segundo tempo. Quem parecia ser tetra campeão da Libertadores era o Fluminense.
Pra contrariar esta afirmação, o Boca Juniors, como sempre, mostra a força da camisa que consagrou Maradona. Assim como no ano passado, a equipe faz uma campanha apenas intermediária na primeira fase, jogando o suficiente pra se classificar para a segunda, e na hora da decisão surge como um furacão que engole todo mundo. Coitado do Atlas. O time mexicano até que era bonzinho... Agora é torcer pro Fluminense provar mais uma vez que com ele esse negócio de camisa não tem tanta importância assim. Acho difícil, mas não custa torcer.
Outro destaque dos últimos dias é a equipe do Sport. É excelente para o futebol de todo o nordeste uma equipe daqui se sobressair assim em competições de nível nacional. A mídia esportiva brasileira não dá a mínima para os campeonatos estaduais nordestinos que são, junto com o Sul, a segunda força do Brasil. Mesmo depois de Sport e Náutico terem feito bons campeonatos no ano passado, nada mudou. Agora, no começo do Brasileiro, já tivemos o Náutico na liderança e agora o Vitória goleando o Figueirense por 4 a 0, uma das equipes com melhor estrutura de base do país. Melhor que eles, o Sport vem jogando como time grande nas duas competições que disputa. Botou um time com reservas pra enfrentar os mais reservas ainda do Fluminense e venceu. Na Copa do Brasil, bateu fácil o Vasco e deve seguir para a final da competição. A minha aposta pra partida decisiva da Copa é entre Corinthians e Sport. Difícil vai ser dizer pra quem esse título seria mais importante. Para o Corinthians significaria a classificação para a Libertadores no ano em que disputa a segunda divisão. Para o Sport, seria o segundo título a nível nacional da equipe (o Leão foi campeão brasileiro em 1987) e a segunda chance de disputar a Libertadores (em 1988, a equipe foi eliminada logo na primeira fase). Difícil saber, não?

quarta-feira, 21 de maio de 2008

O Gavião que virou Fênix

É aliviante para um torcedor de futebol perceber quando o seu time está se reerguendo de um buraco que não parecia ter mais fim. A ânsia causada pelo fracasso, nos leva a crer que não tem mais volta, já era. Mas atuações como as do últimos jogos e, especialmente na derrota de ontem contra o Botafogo, por 2 a 1, nos trazem uma esperança que, na verdade, já ´[e uma realidade.
Ano passado, com o fim da criminosa parceria com a MSI (que um dia eu defendi), a equipe ficou completamente desfigurada e jogou tão mal quanto qualquer outra equipe da várzea mais esburacada do país. Lembrei-me do Palmeiras, ao fim do contrato com a Parmalat, que resultou no rebaixamento da equipe do Parque Antártica. Naqueles tempos ri e eles choraram. No ano passado, eles se vingaram.
Mas, assim como o Palmeiras, o Corinthians está tomado por uma força interior, que acredito vir do orgulho e da enorme força da sua torcida. Muitos devem estar dizendo: Balela; Torcida ajuda, mas não ganha jogo. É verdade, mas diretoria ganha. Além da força moral e psicológica que a mão fiel e solidária da torcida estendeu para o Timão, os cartolas da equipe, começando desde o presidente Andrés Sanchez até o diretor de futebol Antônio Carlos, resolveram mostrar competência e dedicação ao alvinegro paulista. Fizeram investimentos bons, não tapam o sol com a peneira e só prometem o que podem cumprir. Graças a Deus.
Ontem, assim como nas últimas 6 partidas, vimos um time de verdade em campo. Confesso que estava muito preocupado com o jogo, afinal de contas, o Botafogo vem mordido da semifinal da Copa do Brasil de 2007, perdida para o Figueirense, que resultou no estrelato da bandeirinha Ana Paula de Oliveira. Além disso, os inúmeros fracassos que a Estrela Solitária vem colecionando em decisões nos últimos anos me fazem crer que eles já não agüentam mais morrer na praia. Mas o Corinthians foi para o Engenhão lotado, contra o todo poderoso Botafogo, e dominou os donos da casa no primeiro tempo, com atuações brilhantes da maioria dos jogadores em campo (exceto Eduardo Ramos). Felipe fez uma grande defesa no chute de Wellington Paulista. A dupla de zaga formada por Willian e Chicão é hoje uma das melhores do país. Carlos Alberto nem parece que é volante. Nasceu pra jogar como lateral direito. André Santos mostrou a categoria que lhe é peculiar. Os garotos Dentinho e Lulinha foram ágeis, como tem que ser, e deram trabalho a zaga botafoguense. O volante Fabinho deu raça e marcou como nos velhos tempos. Diogo Ricón me faz lembrar o original. Desde os tempos do colombiano Fred que não via um meia como ele no Timão. Forte, de bom posicionamento e marcação forte, mas com um passe refinado. Herrera mostrou a garra de sempre e comprova que deve ser o sangue argentino que influi mesmo no comportamento dos nossos hermanos em campo. Só precisava ter feito menos faltas...
No segundo tempo, um pênalti infortúnio de Carlos Alberto acabou dando forças ao Botafogo, que mesmo assim só conseguiu marcar aos 43 minutos do segundo tempo, virando o jogo. Com o 2 a 1, o time vai pra São Paulo precisando de uma vitória simples para sair classificado e continuar sonhando com a Libertadores do ano que vem. Estou feliz e confiante na classificação para as finais. Ao final do jogo, o volante Fabinho disso que “o Botafogo nem é tudo isso”. Acho que você está errado, Fabinho. O Botafogo é um grande time sim, um dos melhores do país. O Corinthians é que está, finalmente, chegando lá.

domingo, 18 de maio de 2008

Marcos Evangelista de Morais

Cafu. De todos os jogadores de futebol que conheço, este é o que causa mais controvérsia entre os torcedores. Não quanto a sua paixão em jogar futebol, que ninguém duvida, mas em relação a sua qualidade técnica. Ótimo marcador, nos últimos tempos, foi taxado como lateral que não consegue apoiar bem o ataque e que tem péssimos cruzamentos. Junto com Roberto Carlos, que ficou arrumando a meia na hora e lugar errados, foi indicado como um dos maiores fiascos do Brasil na Copa do Mundo da Alemanha, inclusive por mim. Para outras pessoas sua experiência e força dentro do campo ajudava a foramar uma unidade dentro do campo. Pra mim, lêdo engano. Claro que ele deve ter sido melhor que o apático Emerson ou o atual capitão da seleção brasileira, que eu nem me lembro quem seja agora. Mas não dá nem pro cheiro quando comparamos ele com Dunga ou Carlos Alberto Torres.
O lateral direito, que está prestes a completar 38 anos, parece que vai parar de jogar futebol. Este final de semana, fez sua última partida com a camisa do Milan, clube que defendeu por cinco anos e que está no banco há dois, na goleada contra o Udinese, que confirmou a quinta colocação do rubro negro de Milão que o deixou fora da Copa dos Campeões. Suspeito que esta tenha sido a sua última partida dentro de um campo de futebol, já que pela seleção brasileira ele só joga de novo se resolverem colocá-lo em algum jogo festivo.
Marcos Evangelista de Morais, independentemente se fez ou não grandes partidas nos últimos tempos, ajudou a dar ao Brasil o título de país do futebol. Conquistou com a seleção os títulos mundiais de 1994 e 2002, nenhum outro jogador entrou em campo tantas vezes quanto ele com a camisa canarinho e representou por muito tempo um grupo de jogadores repleto de estrelas e, entre elas, alguns dos maiores jogadores da história do futebol. É muita responsabilidade e prestígio para um jogador só.
Nem de longe podemos compará-lo com outros jogadores de defesa brasileiros, como Nilton Santos ou Carlos Alberto Torres, mas devemos a ele o nosso melancólico agradecimento. Algo do tipo: "Pô... Valeu aí... mas já tivemos melhores". Essa mania de grandeza do brasileiro (falando estritamente de futebol, é claro) acaba dando a responsabilidade de ser sempre o melhor para cada jogador que entra em campo. Cafu não conseguiu, mas não se pode esquecer toda a longa trajetória dele. A máxima "qualidade é melhor do que quantidade" não se aplica ao jogados. Pra ele, ficaria melhor justamente o contrário.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Hey megalomaniac! You´re not Jesus!

Estamos chegando às quase mil visitas no Molhando a Camisa e quem acompanha o nosso blog o mínimo que seja, já descobriu algumas das minhas preferências e opiniões. Quase todo mundo sabe que eu torço pro Corinthians, que o futebol da Bahia tem um potencial enorme não aproveitado ou que eu odeio o jeito do São Paulo jogar.
Outra coisa que também é fácil de descobrir é a minha aversão ao dirigente do Clube de Regatas Flamengo, o digníssimo senhor Kléber Leite. Ninguém duvida que ele dirige mesmo o time com maior torcida do Brasil, quem sabe até do mundo, mas se vangloriar disso aos sete ventos e achar que é melhor do que qualquer outro cartola do nosso pobre futebol nacional, é demais.
Como todo brasileiro, fiquei surpreso com a ridícula eliminação do Flamengo contra o América dentro do Maracanã lotado. Diria até triste, afinal de contas eu os considerava o time do Brasil mais preparado para conquistar o título continental. Mas, pensando melhor depois, até que esta história toda teve um lado positivo. Kleber Leite gritou, esperneou e usou do seu cargo de dirigente para intimidar e ameaçar os membros da Comenbol se as suas reivindicações em relação aos jogos na altitude não fossem atendidas. Chegou a dizer até que o Flamengo é superior a entidade de futebol das Américas e que sua influência na Fifa era imensurável. Maluco. Acho que essa foi uma lição dos céus. A vitória com “v” maiúsculo na altitude de mais de 2000 metros da Cidade do México e a vergonhosa derrota dentro do Maraca inverteu as coisas para o megalomaníaco Kleber. Se fosse o contrário, ele estaria esbravejando até agora pedindo, ou melhor, exigindo a extinção completa dos jogos nas alturas e culpando o fator pela eliminação do rubro-negro carioca.
Pior que ele, só mesmo Eurico. Mas, se continuar se esforçando como está, Kleber logo logo chega no encalce do presidente vascaíno.

domingo, 11 de maio de 2008

Começou de novo!

Começou neste fim de semana o Campeonato Brasileiro das série A e B. Este ano, mais do que nunca, é impossível apostar em um vencedor para o título da série A. Flamengo, Cruzeiro, Palmeiras, Botafogo, Fluminense e Internacional são as equipes que vão disputar o caneco este ano. Não. Eu não estou esquecendo o São Paulo, atual bicampeão nacional. Mas é bem provável que Adriano vá embora em breve, deixando o tricolor desamparado do seu artilheiro. Até o tanque de guerra Aloísio deve abandonar o Morumbi, indo lá pro Olímpico. Sem eles, pra quem o time vai alçar bola na área? Dagoberto? Fale sério... Há algum tempo a equipe vem mostrando um futebol muito aquém daquele que conquistou o tri da Libertadores e o penta do brasileiro.
Na primeira rodada da série A, tive pena do Vitória. Eles nem jogaram tão mal assim, mas se o Cruzeiro quisesse teria acabado com a partida logo no primeiro tempo. Quem se salva no time rubro negro mesmo só o atacante Marquinhos que, em breve, deve dar adeus.
O São Paulo, jogando sem Adriano, foi mal e perdeu para o Grêmio por 1 a 0 dentro do Morumbi. Bom para o futebol brasileiro e para o técnico Celso Roth, que já estava na mira da diretoria do Grêmio. Depois do fracasso no Gaúcho, Tite já está engatilhado caso a equipe não engrene no nacional.
O Coritiba mostrou que, ao contrário do muita gente diz, tem um bom time. Com dois belos gols, o campeão paranaense deu show no Palmeiras e venceu por 2 a 0. Infelizmente, times como o Coxa, Vitória e Portuguesa não tem cacife pra segurar jogadores como Marquinhos, Keirrisson ou Diogo nos seus times. Em breve, eles devem ir pra um grande do país, deixando os tradicionais "médios"em situação complicada.
Na segunda divisão, o Corinthians me decepcionou, confesso. 3 a 2 contra o CRB dentro do Pacaembu lotado é o máximo que esse time pode conseguir? Se tivermos que esperar noites inspiradas de Herrera para voltar a série A, estaremos perdidos...
O Bahia me parece em situação pior que a do Vitória. Sem ningúem no elenco que preste, o time empatou com o Fortaleza no Jóia da Princesa. Desse jeito fica difícil...
Sem muitas surpresas, o Brasileiro acabou sua primeira rodada com uma perspectiva de muito equilíbrio. Bom pro torcedor e pro futebol brasileiro, que vai ver times de todas as regiões do país lutando por objetivos distintos em todas as regiões da tabela.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

A receita do vexame

Não poderia deixar de comentar aqui o imenso orgulho que senti de trabalhar com o futebol baiano no último final de semana. Não me lembro de ter presenciado nos últimos tempos tamanho espírito esportivo e honestidade por parte de diretoria e jogadores de tantos clubes ao mesmo tempo quanto na última rodada do quadrangular decisivo do campeonato baiano 2008. Sob rumores de que o Bahia “abriria as pernas” para uma vitória do time de Conquista em caso de triunfo do Vitória sobre o Itabuna na outra partida, foram logo abafados com uma atuação de gala do Esquadrão de Aço. Aliás, por muito pouco, o tricolor não consegue o impossível e consegue uma goleada sobre o Vitória da Conquista pra ficar com o título. Faltou pouco, muito pouco. De consolo serve aos torcedores do tricolor saberem que, ao menos moralmente, são campeões baianos. Terminaram a competição com oito pontos a mais do que os principais rivais. Ou seja, perderam para o formato de disputa do campeonato, e não para o Vitória.
Falando em grandes goleadas, é verdade que ninguém esperava aquilo que aconteceu ontem no Maracanã. Depois de vencer em pleno estádio Asteca por 4 a 2 o time do América, o Flamengo veio pro Rio de Janeiro praticamente com a classificação assegurada, esperando apenas uma tragédia para ficar de fora da Libertadores. Mas o clube inteiro fez de tudo, menos se concentrar para a partida de ontem. Só pensavam no título carioca, na despedida de Joel e na dúvida que circunda Caio Júnior. O foco do rubro negro era outro. Queriam mesmo era encher o estádio e dizer adeus ao Homem prancheta com um tom de saudosismo e melancolia, esquecendo-se que do outro lado tinha um time em recuperação. Na partida que antecedeu a decisão de ontem, o América tinha saído de um jejum de meses no Campeonato Mexicano e vinha em franca ascensão. Mas o Flamengo estava preocupado demais em lamber Joel para se preocupar com o tradicional América do México. Resultado: goleada e eliminação do que, pra mim, era um dos mais fortes candidatos brasileiros à conquista do caneco. No final de tudo, fico mesmo com pena de Caio Júnior, que viu seus sonhos de ir ao topo da escala dos técnicos brasileiros em apenas seis jogos ir por água abaixo.
Mas esse filme eu já tinha visto há pouco tempo. Há uma semana atrás, o Palmeiras já estava se considerando campeão paulista. Até camisa e faixas de campeão Luxemburgo resolveu entregar aos jogadores antes da entrada pra decisão. Mas, antes da final do Estadual, o verdão tinha um compromisso importantíssimo pela Copa do Brasil, com o então futuro campeão pernambucano, o Sport. A síndrome de superioridade sudestina que infesta os times de Rio e São Paulo associado com a expectativa do título em São Paulo, fez a equipe perder o foco e fazer uma partida ridícula, e ser goleado pelos Nordestinos arretados do Sport, deixando escapar a chance de se classificar para a Libertadores antecipadamente. Vale lembrar que, assim como o Flamengo, o Palmeiras era franco favorito a conquistar a Copa do Brasil, junto com o todo poderoso Internacional.
Tomando essas duas partidas como exemplo, podemos chegar a uma conclusão que Adriano e Ronaldinho Gaúcho já devem ter chegado a algum tempo: pra se perder um jogo ou um campeonato de lavada, basta fazer festa. Ainda mais antes da hora.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Chupa que é de uva... verde

Ontem o dia foi excelente para o futebol brasileiro. Na libertadores, os dois cariocas deram passos enormes rumo a próxima fase da competição. O São Paulo, com aquele joguinho medíocre baseado em cruzamentos para a área e nada mais, sofreu muito, mas conseguiu empatar fora de casa. Bom resultado, apesar de tudo. Até o Cruzeiro, que jogou mal, perdeu na Bombonera com apenas um gol de diferença e ainda fez um gol fora. Resultado totalmente reversível e que até inspira um pouco de confiança, apesar do adversário ser o todo poderoso Boca Júniors de Riqulme, Pallermo e Palácios.
Mas a sensação de ontem foi, sem dúvida, a Copa do Brasil. Pra começar, tivemos a confirmação da sensação da competição: o Corinthians de Alagoas. Mesmo perdendo por 3 a 1 para o Juventude, finalista do campeonato gaúcho e que já ganhou três vezes do poderoso Internacional só esse ano, o time nordestino se classificou e agora vai jogar com o Vasco. A Copa do Brasil sempre tem um time minúsculo que surpreende, mas eles sempre acabam morrendo na praia. Acho que dessa vez não será exceção. Se não for contra o Vasco, vai ser contra o vencedor de Internacional e Sport.
Mas a noite era dos torcedores do Corinthians, seja ele de Alagoas ou de São Paulo. Primeiro, o xará nordestino se classificou. Depois, o principal rival tomou uma surra muito bem dada pelo bom time do Sport, fazendo a imprensa cair de pau e botar um pouco de pressão em cima dos alviverdes. Desse jeito dá até pra acreditar em uma reação da Ponte Preta no domingo...
Mas o ápice de tudo foi o jogo de ontem no Morumbi. Corinthians (o verdadeiro) entrava em campo depois de perder feio em Goiânia, por 3 a 1. Todo mundo já tava enterrando o Corinthians e dando como certa a eliminação. Só que essas pessoas que sepultavam o time do Parque São Jorge antes da hora se esqueciam de duas coisas: A primeira é do Cianorte. Caio Júnior com certeza não esqueceu.
A outra foi daquela semifinal da Libertadores de 2000 contra o Palmeiras, quando Marcelinho Carioca perdeu um pênalti e eliminou o Corinthians da competição. Desde aquele dia, o alvinegro só joga as competições nacionais com o intuito de se classificar para a competição continental e ir a forra. O título em nível nacional é um mero detalhe.
Em 2008, com o time na série B, a única chance do Corinthians ir pra Libertadores, é vencendo a Copa do Brasil. Agora, depois de superada a pífia equipe do Goiás, a equipe terá que superar primeiro o São Caetano e depois o vencedor do confronto entre Botafogo e Atlético Mineiro para chegar às finais. Se conseguir o título, será a redenção dentro do próprio inferno. Agora, se terá time para ser campeão eu não sei. Vontade eu garanto.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Surpresas

Ontem foi um dia de vários clássicos pelo Brasil inteiro. Como num lampejo, o futebol brasileiro brilhou com jogos sem muita técnica, é verdade, mas com muita dedicação e toda a rivalidade inerente aos clássicos mais empolgantes dos últimos tempos. Eu me arriscaria até a dizer que, em nenhum deles, deu a lógica. Ainda bem, afinal de contas, qual seria a graça do futebol se sempre os favoritos levassem a melhor?
No Rio de Janeiro, a primeira partida da decisão do Campeonato Carioca corria para o que, para mim, era o óbvio. O empate em zero a zero refletiria bem o equilíbrio entre Botafogo e Flamengo e deixaria tudo na mais completa indefinição para o jogo do próximo domingo. Contudo, parece que a estrela que brilhou ontem não foi a do Botafogo. Em uma partida muito equilibrada, com grandes chances para ambos os lados, o técnico Joel Santana, confesso, me surpreendeu. Nunca gostei do técnico rubro-negro e ainda acho que a seleção da África do Sul entrará em dias nebulosos sob o comando do "homem prancheta", mas ele foi o primeiro responsável pela vitória do Mengão ontem. Com uma atitude ousada, abrindo o meio de campo e expondo sua defesa às investidas de um inspirado Wellington Paulista, Joel sacou Ibson e colocou o talismã baiano do time da Gávea. Depois de um primoroso lançamento de Leo Moura, ainda o melhor lateral direito em atividade no país, para Diego Tardelli, o ex são paulino cruzou eObina colocou a bola pra dentro na sua primeira jogada na partida. Não sei se é competência do centroavante em estar na hora certa e no lugar certo. Estou mais pra achar que o rapaz nasceu mesmo com o c* virado pra lua...
Aqui no estado, nem o mais otimista dos torcedores do Vitória iria apostar em um resultado como o de ontem. Com a também improvável vitória do Itabuna sobre o Vitória da Conquista, bastava o tricolor vencer que marcava dez pontos e praticamente acabava com o campeonato. Antes da partida tudo indicava mesmo para uma vitória tricolor, afinal apenas um final de semana antes o Bahia havia humilhado o rival no Barradão, por 4 a 1. Mas não foi o Bahia que venceu. Lembrando o tempo em que jogava no Vasco e era o melhor meia do país, Ramon infernizou os tricolores e fez eles se engasgarem com a menta dos torcedores rubro-negros. Ou melhor, fez eles se entalarem, afinal, quem chupou foi o Vitória. O orifício tricolor é outro.
Depois do jogo até fiquei com pena dos torcedores do Bahia. Recentemente senti algo muito semelhante. Era só ganhar do Noroeste que a gente tava classificado.... O favoritismo era todo nosso... Mas também não vencemos e somos obrigados a ver a Ponte Preta na final do Paulista. Imaginem como seria linda a final entre Corinthians e Palmeiras, o Timão de roxo e o Porco de verde limão. Mais bambi que isso só o São Paulo...

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Um sopro de alegria

Confesso. Estive mesmo sem tempo pra aparecer por aqui durante esta semana. Estava meio ocupado cuidando da relação existentes entre os fenômenos culturais e a comunicação e da fenomenologia da linguagem. Ócios do ofício.
Enfim... O assunto que estava em pauta no começo da semana era, obviamente, o Palmeiras e toda a problemática do spray de pimenta e do apagão mais conveniente do futebol nos últimos tempos. Devido aos meus problemas acadêmicos, o assunto expirou e seria mais legal falar da preparação do Verdão pra final do próximo final de semana do que das polêmicas da semifinal que já passou.
Por isso, hoje, vou abrir uma brecha para o futebol internacional. Óbvio que não é surpresa pra ninguém que o nível técnico do futebol europeu é bem superior ao nosso aguerrido e faltoso baba latino americano. Mesmo sabendo disso, ainda fico surpreso com a capacidade de certas partidas do velho mundo tornarem-se eletrizantes mesmo sem um gol sequer. Depois do jogo entre Barcelona e Manchester pela semifinal da Liga dos Campeões hoje, fiquei na dúvida se o gol é mesmo o que mais importa em um jogo de futebol. Caneta, chapéu, chutes precisos, inversões de jogo milimétricas. Até o pênalti perdido foi surpreendente. Jogão de bola, mesmo com o 0 a 0.
Fazendo um paralelo com o futebol jogado em território brasileiro, é fácil perceber que por aqui a história é diferente. Faltas, cartões pra tudo que é lado, árbitros despreparados, jogadores desleais e técnicos sem visão de jogo. Até o São Paulo, referência internacional de que pra se ter um grande time não precisa gastar tanto assim, desandou e perdeu a inspiração de antes. Por isso, o líder de tantas conquistas, Muricy Ramalho, está ameaçado de perder o cargo se for eliminado da Libertadores hoje. No mínimo, injusto.
No meio desse deserto, só vislumbro um oásis. Contudo, esse paraíso no meio do inferno fala espanhol. Com um futebol malandro, habilidoso e com a dose certa da influência do futebol latino, Valdívia é, sem dúvida, motivo suficiente para se assistir um jogo de futebol. Até as provocações com os adversários são hilárias. Que se danem críticos e a CBF, que falam mal da zombaria alheia e proibiram o lado mais simpático do Créu. O verdadeiro motivo dos "atos hostis" e "agressões" julgados pelo STJD não são as provocações, mas o desejo de dar o revide por parte dos provocados. Enquanto este troco for dado em socos e pontapés ao invés de ser dentro das quatro linhas, o futebol vai perder um pouco da sua graça natural.
Eu quero mais é ver Valdívia jogando bonito e provocando mesmo os adversários. Afinal, que graça teria se o goleador fosse consolar o goleiro depois de cada tento? Viva Valdívia! Viva a luz do fim do túnel, mesmo que ela seja chilena.

terça-feira, 15 de abril de 2008

O maior Baixinho de todos

Romário parou. Por um lado fico feliz, pois ele já não dava mais conta do recado há algum tempo. Mas por outro, fico profundamente triste. Jogadores como ele deveriam sofrer de uma síndrome de Peter Pan e jogar como garotos durante toda a eternidade.
A Romário, eu e toda a minha geração dos vinte e poucos anos deve muito. Não é exagero dizer que comecei a acompanhar futebol por causa dele. Em 1994, quando eu tinha apenas seis anos, acompanhei minha primeira Copa do Mundo. Apesar de já terem passados 14 anos, essa foi a Copa que mais me marcou. Pra provar, sou capaz de dezer todos os jogos da seleção na ordem e com os resultados, mas não consigo fazer o mesmo com a copa de 2002. Nos Estados Unidos, o único jogador que se destacou de verdade, foi Romário. Há quem diga que sem Bebeto, o Baixinho não seria nada. Eu duvido.
Com ele, tive o primeiro orgasmo futebolístico da minha vida, após aquele gol de cabeça na semifinal contra a Suécia no finalzinho da partida. Até o mais famoso gol da carreira de Branco, aquele de falta contra a Holanda, teve a mãozinha do Baixinho. Se ele não sai da frente... Foi a imagem dele erguendo o troféu supremo do futebol que guardei na memória como representando aquela conquista, afinal de contas tinha a impressão que ele poderia entrar em campo sozinho que, mesmo assim, a conquista seria nossa.
De ídolo, Romário passou a algoz dentro do meu imaginário de torcedor. Depois daquele elástico em cima de Amaral foi que constatei de uma vez por todas que o Corinthians era mesmo freguês do Flamengo. Infelizmente, essa constatação perdura até hoje...
Depois de tanta coisa, pode até parecer cruel ter desejado que ele se aposentasse. Mas não é. Ver o maior centroavante que eu já vi dentro de campo fazendo papelões como técnico do Vasco ou virar motivo de piada por causa da sua mobilidade, é duro. Prefiro assisti-lo em especiais na televisão em campeonatos de futvôlei, do que assistir a um jogo em que ele esteja em campo virando presa fácil dos zagueiros mais pífios.
Em tempos de escassez de ídolos verdadeiros, que suem a camisa de um time pelo simples prazer de jogar bola e não pelo valor monetário que aquele escudo carrega, Romário fará falta. Ver Ronaldo dizer que torce pro Flamengo mas que é difícil que ele venha um dia a jogar pelo clube só confirma a minha tese de que esses novos ídolos do futebol não são ídolos coisa nenhuma. São mercenários. Não que o Baixinho estivesse fora do esquema mercadológico da bola, mas seu talento foi plenamente brasileiro na maior parte do tempo. Ele ama o futebol brasileiro, sobretudo a seleção. Não acredito mais que nenhum jogador nos próximos anos chore após ser cortado dos jogos com a seleção brasileira. Romário foi o último em 1998, e continuará sendo por muito tempo.
Boa sorte ao Baixinho de hoje, que com certeza manterá o futebol em primeiro plano na sua vida, só que agora fora do campo. Ele merecerá todas as nossas reverências seja dentro ou fora do campo.

Mão Santa

Em um final de semana com tantas coisas interessantes para falar, é complicado escolher um tema único. Podia ser o fabuloso jogo dos dez gols da dupla ViVi pelo Baiano. Ainda por aqui, poderia falar do chororô do técnico Ferreira do Itabuna, dando uma de coitadinho, dizendo que os times do interior são prejudicados contra os da capital. Poderia ser também a revanche mais do que merecida do Botafogo sobre o Flamengo. Ou ainda a derrocada da quarta força do futebol carioca (quarta força sim, Antônio Lopes) diante do time que, na minha opinião, vem apresentando o futebol mais simpático do Brasil no momento, o Fluminense. Mas vou me ater a resenha do jogo entre São Paulo e Palmeiras.
Depois de uma semana conturbada, onde Carlos Alberto e Fábio Santos foram suspensos e de uma derrota para o Audax pela Libertadores, deixando o time em situação desconfortável no torneio continental, era óbvio considerar o São Paulo como a equipe mais debilitada para o duelo. Acredito até que o próprio Muricy enxergou isso, tanto que escalou o time com três zagueiros e dois volantes, fazendo parecer que o time do Morumbi ia jogar no contra ataque dentro da prórpia casa.
O Palmeiras, ao contrário, carregava todo o favoritismo. Treinou a sema toda visando o clássico e contava com as genialidades do chileno Valdívia e do técnico Wanderley Luxemburgo. Pra muitos (inclusive pra mim), o jogo já parecia favas contadas. Fácil para o Verdão, que seguiria para a final apenas pra aniquilar o pobre time do interior que chegasse na final junto com ele. Ledo engano.
Em um jogo chato, apenas uma figura fez a diferença: Adriano. Na minha opinião, ele marcou o gol mais bonito da temporada. São poucos que conseguem ter a malandragem e o tempo de bola que o centroavante mostrou para fazer o gol com a mão direita. Gol de craque. A malandragem faz parte do espetáculo. Por causa do lance, ainda podemos ver a cara de besta do juiz após o jogo, dizendo que "na visão da arbitragem, não foi intencional". Aqui pra nós, foi engraçado. Depois disso, Adriano ainda fez o segundo gol, mostrando habilidade na saída de Marcos, e força física depois de fazer o zagueiro palmeirense se esborrachar no chão após um encontrão sem fazer muito esforço.
É fato que, se o rapaz botar a cabeça no lugar e resolver apenas jogar bola, ele pode se tornar sim um dos melhores centroavantes do planeta. Inteligente, hábil e forte. Pra quê mais?

PS: durante a feitura deste post, em visita ao portal de esportes da Globo. com, vi uma matéria com a manchete: "Márcio Braga diz que Flamengo foi roubado descaradamente contra o Botafogo". Esse cara tem problemas, sinceramente...

quinta-feira, 10 de abril de 2008

O bom filho a casa retorna


Com o advento da resistência física como principal atributo para um jogador ser considerado um bom jogador, superando outras características mais valorizadas em outros tempos do mundo da bola, como habilidade no trato da bola ou até mesmo o tão escasso amor a camisa, as carreiras dos jogadores de futebol começam e terminam muito mais cedo. Isso tem conseqüências graves, e não é tão difícil de percebê-las assim. Uma delas pode ser o despreparado e desconhecedor da história do futebol brasileiro, Alexandre Pato ser comparado a Pelé. Na véspera do amistoso contra a Suécia, o garoto foi questionado por um repórter da ESPN o que representava pra ele jogar uma partida 50 anos após o primeiro título mundial do Brasil contra os mesmos suecos daquela decisão. O garotinho respondeu, com a ingenuidade de uma criança, que não sabia por que não tinha nascido ainda. É lamentável um rapaz que já está rico mamando nas tetas do futebol aos 18 anos, aclamado por muitos como ídolo, não conhecer a história da seleção do seu país. Alguém precisa avisar pra ele que grandes jogadores não se fazem só dentro das quatro linhas. No outro extremo da cronologia, vemos Romário até agora prestando um papel ridículo. O maior centroavante que eu, no auge dos meus 20 aninhos, pude acompanhar está fazendo um papelão e estragando o que poderia ser um final de carreira apoteótico. Mas a gente já conversou sobre isso em posts anteriores...

Depois da embromação de Pato e Romário, vou falar agora do verdadeiro motivo que me animou pra escrever esse post: Ronaldinho Gaúcho. Me assusta ouvir o pessoal da Sportv comparar o garoto de 28 anos com Rivaldo e cogitar o fim da carreira do rapaz. Sob o argumento de que ele não teria "mais nada pra ganhar" ou que ele "já fez um pé de meia bem gordinho", os comentaristas do Arena deixam de lado aspectos que Nelson Rodrigues e eu achamos fundamental na confecção de um ídolo do futebol: a paixão pelo esporte. Se ele acha que já ganhou todos os títulos que poderia ganhar na carreira ou que já está milionário o bastante, por que ele não joga bola simplesmente pelo fato de gostar disso? Todos falam em transferência para Milan ou Chelsea, mas nem sequer cogitaram a hipótese de dinheiro não ser mais o diferencial. Quem sabe no coração do Ronaldinho não está batendo saudades do Olímpico e ele queira jogar mais 10 anos vestindo a camisa do Grêmio? Será que só o grande mercado é que atrai esses jogadores? Eu prefiro acreditar que não.

Depois de cinco anos no Barcelona, o ciclo dele por lá parece ter chegado mesmo ao final. Depois de muito fazer pelo clube catalão, Ronaldinho vai sair pela porta dos fundos, praticamente enxotado pelos dirigentes do Barcelona. Assis, seu irmão e empresário, já foi contactado por dirigentes do Barcelona que disseram que não pretendem contar com o brasileiro para a temporada 2008/2009. Chelsea, Milan, Manchester City e até mesmo um clube da China já fizeram proposta pelo brasileiro. Obviamente, propostas milionárias, com salários beirando os 14 milhões de euros anuais. Confesso não saber quanto vale um euro em moeda brasileira, mas arrisco dizer que se convertêssemos o salário dele para Reais, Ronaldinho receberia por volta de R$4milhões por mês só de salário. Isso foi o que ele recebeu durante todos esses cinco anos de Barcelona. Fazendo as contas... 1 ano tem 12 meses... 5 anos tem 60 meses... 60 meses vezes 4 milhões dá 240 milhões de reais, só de salário. Será que não é o bastante? Tomara que Ronaldinho ache que sim e que o estímulo que dizem faltar pra ele seja conquistar um título mundial com o Grêmio. A paixão pelo tricolor gaúcho tenho certeza que ainda bate naquele peito, afinal de contas todos se lembram das lágrimas do craque após a derrota do Barça contra o Internacional na final do Mundial de Clubes no Japão. Sonho com isso, assim como sonho que um dia Robinho e Diego voltem pro Santos, que Luís Fabiano volte pro São Paulo e até mesmo que Pato volte pro Inter, só que um pouco mais conhecedor da história do futebol canarinho, é claro.

sábado, 5 de abril de 2008

Baianão 2008


Antes de começar a falar qualquer coisa aqui sobre os times, queria expressar minha mais sincera lamentação em relação a forma como é disputada o Campeonato Baiano. A tediosidade que esse campeonato traz nas suas últimas rodadas é imensa e afasta qualquer um que não tenha a obrigação de acompanhá-lo. Será que já não basta termos campeonatos nesse formato no segundo semestre? Sou contra a filosofia do "que vença o melhor" e a favor de uma bela e emocionante final, com todos os ingredientes de uma, inclusive a imprevisibilidade e as possíveis "injustiças".
Bom... Neste domingo começam os jogos do quadrangular final do Baianão. No Lomanto Júnior, o Vitória da Conquista recebe o Bahia, no jogo dos dois melhores times do campeonato. Na minha opinião são os dois candidatos ao título. Mesmo com o tricolor sem estádio, chegando a ir treinar no meio da semana em Dias D´ávila (!), o time de Paulo Comelli mostrou ser sempre forte. Já o alvi verde do interior, maior sensação do campeonato, por incrível que pareça, deverá ter a torcida a seu favor. Os conquisteses vão querer fazer o Bahia provar do próprio veneno.
Em Itabuna, mo Luiz Viana Filho, o time da casa recebe o Vitória. Aposto nos rubro negros e no técnico Wagner Mancini. Uma hora o Leão vai ter que acordar ou vai ser presa fácil para os grandes no segundo semestre. Depois de perder a vaga na Copa do Brasil para o inexpressivo Paraná, esta é a última chance de dar a torcida rubro negra alguma experança que o time não será uma versão baiana do que foi o América-RN no ano passado no Brasileirão. Até agora está difícil. Em relação aos azuis, a impressão que eu tenho é que eles já conseguiram o que queriam e não tem grandes pretensões nessa segunda fase. Com a vaga garantida para a série C, o Itabuna não tem cacife para bater nem o Vitória, quanto mais os outros dois.

Mesmo sem final e arriscado a conhecermos o campeão antes mesmo do torneio acabar, começou a fase do Estadual mais novelesco do Brasil, ou seja, aquele em que não é preciso acompanhar todos os capítulos para se saber o que está acontecendo.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

O jogo só acaba quando termina

Sei que essa final do campeonato baiano de 1994 é meio traumática para os torcedores do Vitória, mas qual seria a graça do futebol se não fossem momentos como este?
Enquanto a torcida do Vitória já comemorava, Raudinei tratava de marcar o gol do empate aos 43 minutos do segundo tempo e tirar o título das mãos do Leão. Um lindo momento do futebol baiano.

A vez do Flamengo chorar

Não postei nada aqui ontem, conforme o combinado, mas vou manter a minha promessa de três posts por semana e hoje teremos duas novidades.

Hoje vou falar de Flamengo. Sinceramente, eles estão me saindo pior que o Botafogo com essa história de jogar na altitude. Como muitos andam dizendo por aí, o Flamengo, mais especificamente o Sr. Estardalhaço Márcio Braga, é o líder dos clubes brasileiros em prol da luta contra os jogos na altitude. Santos, São Paulo e Cruzeiro são os outros, mas de forma muito mais contida, organizada e civilizada, entendendo a questão como confronto de interesses, mas, sobretudo, como divergências de opinião. Acredito até que no fundo mesmo, nenhum dos outros trÊs clubes citados anteriormente são verdadeiramente a favor da medida. Quem é pra ser campeão, ganha em cima ou em baixo, não interessa.

No auge do chororô do presidente rubro negro e de seus aliados, que acha que por só por ser presidente do Flamengo pode sair peitando tudo e todos, esquecendo que a maioria tem sempre razão, chegaram até a dizer essa semana que a Federação Boliviana estava ocultando documentos que comprovariam a morte de jogadores simplesmente pelo fato de jogar na altitude. Em resposta, o presidente da Bolívia, Evo Morales, reagiu com bom humor e atraindo aliados de peso, como o argentino Maradona. Batendo o baba em uma montanha aqui, outro ali, Evo acabou sendo até "escalado" para jogar em um time da segunda divisão boliviana. Ainda conseguiu bater uma bolinha com o Maradona lá em cima. Pra que prova maior que essa que a altitude não faz tão mal assim? Se o Maradona joga lá, depois de tanto se drogar, qualquer um pode jogar. Inteligente o argumento intrínseco do índio, não?

Burro mesmo são os dirigentes rubro negros que, após perderem de lavada na Conmebol, vão chorar nos ombros da Fifa. Márcio Braga, que deve estar aos prantos até agora, dá o seu chilique particular e, segundo depoimento transcrito na Globo.com, Márcio disse o seguinte: "Foi uma decisão completamente estapafúrdia. Eles fizeram uma ameaça que não tem o menor sentido, é inaceitável. Como uma entidade que não tem sequer um tribunal arbitral quer mandar a gente retirar nossa ação no CAS? Isso é uma arrogância. Mandei nosso advogado imediatamente para a Suíça". A ameaça que Márcio faz menção é a de que se os clubes brasileiros resolverem esculhambar e partir pra ignorância, faltando os jogos na altitude, serão punidos com perda de pontos. Nada mais justo. O esbravejamento de Márcio Braga, espero eu que não dê em nada, afinal de contas, se em uma votação entre 10 federações internacionais, só o Brasil se diz contra os jogos na altitude, porque os outros 9 é que devem se adaptar às necessidades tupiniquins?

Só um clube pode comemorar todo esse chororô. O Botafogo. Afinal de contas, agora eles não são mais chorões sozinhos.

segunda-feira, 31 de março de 2008

Tá todo mundo roxo!

Grandes avanços neste final de semana pelo Brasil afora. Os campeonatos estaduais mais comumente aqui abordados (Paulista, Carioca e Baiano) tiveram definições importantes e prometem fortes emoções nas suas próximas partidas.
Dentre os três campeonatos mencionados, apenas o Baiano chegou ao término da sua primeira fase. Depois de já ter definido o rebaixado, os quatro classificados para o quadrangular final e dois dos três representantes para a série C de forma precoce, a última rodada teve poucas emoções. Com um time melhor estruturado e melhor armado, o Bahia é sem dúvida o grande favorito ao título. Venceu os dois Ba - Vi´s da temporada e o pior resultado em jogos contra os classificados foi um empate contra o Itabuna. O Vitória reza pra que o novo técnico, Wagner Mancini, tenha um dedo milagroso e conserte o time. O que se sabe é que jogando o que jogou contra o Feirense o time não vai a lugar nenhum. Antes do quadrangular final, o Vitória tem um compromisso nesta quarta contra o Paraná, no Barradão, pela Copa do Brasil. Se não melhorar, vai cair de novo frente aos paranaenses e dar adeus a competição nacional.



No Carioca, a grande novidade veio mesmo nesta segunda feira. Com a demissão de Alfredo Sampaio, a múmia Antônio Lopes assumiu pela sexta vez a equipe de São Januário. Eu acho impressionante como é cruel a roda dos técnicos no futebol brasileiro. Por aqui, Vadão sobrou mesmo tendo levado o rubro negro para a próxima fase do estadual. Tá certo, estava jogando mal, mas começava a ficar com cara de time. Por lá, o reserva de Romário também sobrou logo após classificar o time para a segunda fase do carioca. Depois de um jogo ridículo (aliás, como vários no Carioca), o Volta Redonda venceu o Vasco e o "menino mimado" Eurico Miranda resolveu cumprir com sua palavra. Depois do jogo contra o Fluminense, um dos maiores cânceres do futebol nacional disse que seu time não perderia mais nenhuma no estadual. Perdeu, ele chorou e respingou no mais fraco. Pior para o técnico e pior para o Vasco.

No Paulistão, o Santos decepcionou e ameaça complicar ainda mais a vida dos corinthianos. Jogando apenas a Libertadores e sem nenhuma chance no estadual, é óbvio e totalmente compreensível que Leão tire a grande maioria dos titulares do jogo contra a Ponte Preta. Se os titulares já são ruins, imagine os reservas. E ainda vai ter gente que vai dizer que, em caso de derrota, o Santos "abriu as pernas". Para passar para a próxima fase em caso de derrota santista, o Corinthians precisa que o São Paulo não vença o Juventus, que luta contra o rebaixamento. É difícil, mas não impossível. Ainda mais agora que o São Paulo aprendeu a cruzar bola na área pro Adriano. Se levarem o rapaz pra balada na noite anterior, metade das jogadas de ataque do tricolor vão estar neutralizadas. Seguem rumores por aí que, ao contrário do jogo contra o Marília, Andrés, presidente corinthiano, vai colocar todo mundo pra jogar de roxo contra o Noroeste. É pra dar sorte.
O detalhe cômico da rodada ficou por parte do goleirão Fernando Henrique, do Fluminense. Mesmo sem balançar as redes, Jorge Henrique marcou para o Botafogo. Até agora FH berra por aí dizendo que a bola não entrou. Acho que o chorão devia era pedir transferência pro Botafogo...

sexta-feira, 28 de março de 2008

E não é que dá certo??

Agora às sexta feiras vou lançar uns vídeos com alguma coisa curiosa acerca do mundo da bola.
Sei que todo mundo já viu a pirueta da lateral esquerda da seleção brasileira, Leah, para cobrar os laterais. Mas, e daí? Achei legal pra começar.

quinta-feira, 27 de março de 2008

VERGONHA!

Pra quem lê os comentários que aqui já foram feitos pelos nossos assíduos leitores, já não é mais segredo o time para qual eu torço. Mas quero deixar aqui bem claro que meu sentimento de torcedor influenciou sim, mas há muito que já venho refletindo sobre o assunto arbitragem e ontem foi apenas o estopim para o que vou dizer logo abaixo.
Sinceramente, não acredito que o quem vem acontecendo com a arbitragem no Brasil seja consequência da falta de caráter dos juízes que andam por aí. Se não é esse o motivo das lambanças que vem acontecendo Brasil afora, só posso acreditar na incompetência, na falta de preparo e, até mesmo, na burrice de quem faz a escala dos árbitros, afinal de contas, colocar Sálvio Espínola pra o clássico de ontem entre Corinthians e Santos só pode ser burrice.
Tá certo. Entendo que todo mundo erra. Contudo, quando qualquer profissional erra e compromete o produto final do seu trabalho, ele é punido. Aqui no Brasil, o que acontece é uma complascência quase absoluta com os árbitros por parte das Federações e da CBF. Se para os jogadores existem punições como "ato hostil", por que entre os juízes não existe uma punição para pênaltis não marcados, por exemplo? Enquanto as coisas não saírem das discussões em estúpidas mesas redondas, como as do "Jogo Aberto", da BAND, os resultados dos jogos continuarão a serem alterados e a credibilidade dos nossos campeonatos serão sempre colocadas em dúvida.
Na minha opinião, a final da taça Guanabara foi como foi graças a arbitragem. Na opinião de todos, o resultado de ontem, que pode comprometer a classificação do Corinthians, foi alterado pelo árbitro. Até mesmo aqui na Bahia o Juazeiro atribui seu rebaixamento para a série B do estadual à arbitragem. Em uma simulação inédita feita pelo site www.futebolbaiano.net, todas as partidas que tiveram o resultado alterado por equívocos dos juízes foram ajustadas, supondo o resultado sem a mãozinha da arbitragem. De fato, o Juazeiro estaria fora da degola. Em uma situação como esta, eu me pergunto como devem se sentir os jogadores do alvi-verde baiano, assim como muitas pessoas vieram me perguntar como deviam estar se sentindo os torcedores do Internacional em 2005, para citar apenas esses dois exemplos.
O que me deixa ainda mais preocupado é a passividade dos "beneficiados" pelos equívocos. Um dos maiores protestantes contra a arbitragem brasileira, o técnico santista Emerson Leão, só se manifesta quando se julga prejudicado. Ontem os erros foram evidentes e escandalosos e, em sua entrevista coletiva, Leão falava em "dia de agradecimentos" e de "milagre da multiplicação dos pontos". Nada de arbitragem. Se ele tivesse mesmo caráter e quisesse o melhor para o futebol brasileiro, criticaria o Sálvio, mesmo ele tendo sido o melhor jogador santista em campo. Infelizmente, Leão não se constitui em uma exceção, mas sim, na regra.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Bem vindos de volta!

Não. Não pensem que estive fora todo esse tempo por vontade própria. A vida andou dando umas reviravoltas mas sempre senti saudades do meu recém nascido blog. Aqui, apesar da visitação pífia, consegui um lugarzinho pra colocar minhas idéias e debater com alguns amigos sobre as idéias aqui expostas, mesmo que fora do âmbito virtual.
Agora nessa nova fase, faço parte oficialmente do certame futebolístico da maneira que tenho possibilidade. Obviamente meus companheiros do baba de toda terça feira sabem que não ingressei em nenhum time de futebol, mas sim consegui uma vaguinha por aí de repórter esportivo. Tô ralando, mas está indo tudo muito bem, obrigado.
A logística disso aqui vai mudar um pouquinho a partir de agora. Graças a rotina que vitimiza mais esse jornalista, vou ter que diminuir a frequência de postagem. Minha intenção é atualizar o MaC todas as segundas e quintas feiras. Esporadicamente, dependendo da disponibilidade e humor, posso vir aqui nas sextas também. Mas a princípio é isso: duas ou três postagens por semana.
Voltando as atividades, não poderia deixar de falar pela primeira vez da seleção brasileira, que joga na quarta. Com um mistão entre jogadores olímpicos e da equipe principal, fica claro que o principal objetivo de todo mundo é firmar-se na equipe principal de Dunga. Mas estão sendo dadas chances a gente demais. Sinceramente, o garoto Henrique do Palmeiras foi convocado no lugar de Juan somente pra tapar buraco. Esta deve ser a primeira e última convocação do garoto.
Por outro lado, já passa da hora de se dar uma chance de verdade ao garoto Thiago Neves. O melhor jogador em atuação atualmente no futebol nacional teve muito poucas chances na equipe titular e, em idade olímpica, fica claro pra mim que ele tem lugar garantido no time de Pequim.

Falando um pouquinho agora do futebol baiano, quero lembrar que, agora inserido em um jornal de verdade, devo estar mais apto a falar de Bahia, Vitória e futebol baiano em geral. As vezes vou arriscar um pitaco por aqui e quem quiser que ache ruim. Começando logo metendo o pau (lá ele), tenho que criticar o Vitória e sua direção. Hoje a tarde foi demitido o técnico Vadão, sem o menor motivo claro. Logo após conseguir classificar a equipe para o quadrangular final mesmo contando com um monte de jogadores horríveis, o técnico acabou sendo pego pra Cristo. É a triste sina dos técnicos nesse país...

Por enquanto é só. Em breve venho aqui temperar mais um pouquinho isso aqui!

quinta-feira, 6 de março de 2008

Curtas

    Devido a grande quantidade de jogos importantes e ao longo tempo que eu não dou as caras por aqui, resolvi ser breve hoje. Não vai dar mais pra atualizar com tanta freqüência, afinal de contas, as aulas começaram e eu já tenho muito o que fazer. No mais, curtam as curtas da semana!

    Corinthians 0x1 Palmeiras

    O time do Parque São Jorge caiu mais uma vez ante o arqui-rival Palmeiras. No domingo, em partida válida pelo Campeonato Paulista, o Timão perdeu o jogo por causa de dois personagens: o técnico Wanderley Luxemburgo e o astro chileno alviverde Valdívia. Este último fez tudo o que sabe em campo. Comandou o meio de campo palmeirense, armou praticamente todas as jogadas de ataque, marcou o gol da vitória no segundo tempo e, como não podia deixar de ser, provocou os corinthianos comemorando o gol marcado chorando. Wanderley, por sua vez, venceu o duelo com Mano Menezes. Deixando o time mais ofensivo ao tirar um volante e colocar mais um atacante, o técnico palmeirense abriu caminho para o gol do time do Parque Antártica. Mano, que além de demorar muito pra enxergar e fazer as substituições devidas, ainda errou ao colocar o garoto Héverton, que jogou muito mal. O resultado não poderia ser outro: Palmeiras um a zero e a manutenção de um tabu de cinco jogos sem derrota contra o Timão.


 

    Bahia 2x2 Icasa

    Nem o mais pessimista dos tricolores ia imaginar uma desclassificação tão precoce na Copa do Brasil. Ontem a noite, em Feira de Santana, o Bahia empatou em 2x2 com o Icasa e deu adeus a competição nacional, porque havia perdido o primeiro jogo no Ceará por 3x2. Com uma certa colaboração do goleiro Diogo, do Icasa, o Bahia perdeu inúmeras chances claras de gol. Em nenhum momento na frente do placar, a equipe do Bahia sofreu com a pressão, o nervosismo e a falta de qualidade técnica de seus jogadores. Isso ficou bem claro nos minutos finais da partida, quando, depois de empatar o jogo pela segunda vez, o Bahia partiu com tudo pra cima dos cearenses de maneira desordenada e dando muitas chances de contra ataque para o adversário. Agora o "verdão do cariri" encara o Criciúma na próxima fase da competição enquanto que o Bahia tem apenas o Baiano pra jogar até o início da série B do Campeonato Brasileiro, dia 10 de maio, contra o Fortaleza em Feira.


 

    Santos 1x0 Chivas (MEX)

    Jogando em casa, a equipe do Santos conseguiu uma vitória que a deixou na ponta da tabela no grupo 6 da Libertadores, com 4 pontos. Mas não foi nada fácil. Depois do bonito gol de Molina aos 22 minutos do primeiro tempo, o Santos viu o jogo desandar. Em uma pressão absurda, a equipe mexicana não chegou ao gol de empate por muito pouco. Principalmente no segundo tempo, os norte americanos tomaram conta totalmente da partida e, graças a sorte e as grandes defesas de Fábio Costa, o alvinegro praiano conseguiu se segurar até o final. Mesmo sendo completamente sufocado, o Santos ainda teve boas chances de ampliar nos contra ataques, mas desperdiçou todas elas graças ao preciosismo, aos erros de passes ou a falta de habilidade de seus jogadores. Mas o que importa mesmo são os três pontos e a liderança provisória do grupo.


 

    Cruzeiro 3x0 Caracas

    Impressionante. Esse é o melhor adjetivo para a campanha do Cruzeiro em 2008 que continua invicto na temporada e assumiu a ponta do grupo 1 da Libertadores na terça, ao vencer o Caracas no Mineirão. Com uma equipe que aparentemente parecia que não ia empolgar, o Cruzeiro cala a boca de todos que disseram que o time podia até lutar para não cair no Brasileirão caso não se reforçasse. Com um futebol bonito e com atuações de gala, principalmente de Wagner, Guilherme e Marcelo Moreno, o Cruzeiro arrasou os venezuelanos, fazendo 7 pontos na tabela e terminando a primeira rodada na frente. Domingo, pelo Campeonato Mineiro, o Cruzeiro tem clássico contra o Atlético MG e, no dia 18, volta a entrar em campo pela Libertadores contra o mesmo Caracas, só que desta vez, na Venezuela.


 

    São Paulo 2x1 Audax Italiano (CHI)

    Parece que Adriano andou lendo o MaC e se convenceu que a melhor forma de calar a boca da imprensa é fazendo gols, e não dando chiliques em coletivas de imprensa. Ontem, em um jogo que tinha tudo para ser muito fácil, o tricolor quase se complica. Pressionando durante toda a primeira etapa, principalmente em jogadas pela direita com Zé Luis, o São Paulo perdeu inúmeras chances, mas também não sofreu grandes ameaças dos chilenos. Contudo, no segundo tempo, o tricolor do Morumbi levou dois gols em cinco minutos. Aos 12, Rocco fez o primeiro, mas junto com o gol fez falta em Rogério Ceni, bem marcada pelo juiz que anulou o gol. Mas aos 17, a estrela do Audax, Villanueva, chutou cruzado no canto direito de Rogério e marcou dessa vez sem nenhuma irregularidade. Depois do gol, só deu São Paulo e Adriano. Em uma cabeçada forte o Imperador empatou aos 29. A virada veio aos 39, depois do goleirão chileno espalmar uma chute nos pés dele dentro da pequena área. Adriano comemorou efusivamente os dois gols e deu um "cala boca" provisório na imprensa. Se ele não tiver saído pra encher a cara na noitada e continuar a jogar o bom futebol de ontem, certamente seu título de imperador voltará a ser apropriado.


 

    Fluminense 6x0 Arsenal (ARG)

    No segundo confronto entre brasileiros e argentinos, deu Brasil com uma tremenda sobra. Em uma partida inspiradíssima, diante de uma linda torcida e no mais belo estádio do planeta, o Fluminense disparou uma enxurrada de bonitos gols pra cima do Arsenal. O tricolor das laranjeiras mostrou que, se conseguir jogar em função dos seus atacantes sempre, é um forte candidato ao título da Libertadores. Sem Leandro Amaral, Renato Gaúcho não teve dúvidas e jogou com dois atacantes: Dodô e Washington. O primeiro foi sem dúvida a estrela da noite. Marcando dois gols (o segundo o mais bonito do ano do futebol brasileiro) e participando dos outros quatro, Dodô entra pra história do clube como o principal jogador do time no retorno do Flu ao Maracanã em jogos pela Libertadores. Vale destacar aqui também a excelente atuação de outros 4 jogadores: Thiago Silva, Thiago Neves, Gabriel e Arouca jogaram muito e ajudaram o Fluminense a conquistar um resultado histórico pro clube. Não podia ser melhor.

sábado, 1 de março de 2008

O imperador da confusão

Ontem, mais uma vez, tivemos notícias sobre o que chamaram por aí de a maior contratação do futebol latino para a temporada de 2008. Só que, ao contrário do que esperávamos, as últimas informações que temos sobre Adriano são a respeito das confusões e estupidez do jogador. Já rotulado como baderneiro, parece que o Imperador não está fazendo o menor esforço para se redimir e conseguir retornar a Europa como um grande jogador novamente. Adriano decepciona dentro e fora de campo e, do jeito que as coisas andam, é bem capaz do atacante acabar seu contrato com o São Paulo com uma fama pior da de quando ele chegou por aqui.

Se nós puxarmos um pouco só na memória, seria fácil lembrar o motivo para o qual Adriano veio até o São Paulo. A Inter de Milão já não agüentava mais as mau-criações de um "Imperador" mimado pela imprensa nos seus anos de glória e mandou o delinqüente para o "Centro de Recuperação SPFC". Famoso mundialmente pelo histórico de recuperar jogadores, o Tricolor Paulista resolveu topar o desafio e, de quebra, tirar uma casquinha do atacante na Libertadores da América. Com a negociação concretizada, Adriano chegou a São Paulo com o status de maior reforço do futebol latino, cheio de si e com a certeza que iria arrasar timecos no Campeonato Paulista (como Noroeste e Marília) e reconquistar sua imagem de grande jogador perante a imprensa mundial durante a competição continental. Balela pura. Com apenas 4 gols na competição estadual e já dando mostras de que o controle sobre o seu temperamento forte continua o mesmo, Adriano volta a ser presa da imprensa nacional e mundial. Correndo o risco de ter o contrato rescindido antes do tempo, graças ao suposto descomprometimento com o futebol, Adriano anda por comprovando um jornal esportivo italiano que, em pesquisa com torcedores, chegou à conclusão de que o Imperador é um "caso perdido".

Diante de tudo isso, é preciso fazer uma pergunta: Adriano é ou não é uma vítima da imprensa? Em parte, sim. Um jogador que viu sua carreira decolar e ganhou o apelido de Imperador na Europa certamente iria chamar para si todos os flashes da imprensa esportiva. Contudo, essa categoria não inclui somente aqueles que estão interessados em saber se ele está bem dentro do campo, mas também os que querem entrar na vida particular de uma estrela e vender a notícia como fofoca por aí. Eles apenas querem uma foto do jogador se esbaldando na cachaça, cercado por mulheres semi nuas, dirigindo os seus possantes milionários ou até mesmo um flagra de um suposto beijo gay (que o diga Guti). Adriano até agora só não deu o beijo homossexual, mas já foi flagrado bebendo, fumando e cercado de gostosas em uma única foto publicada pela imprensa italiana. Só ontem, Adriano teve o seu porshe batido, ferindo duas garotas, chegou atrasado ao treino, saiu mais cedo e ainda ameaçou ir "dar porrada" em um fotógrafo. Um banquete para os jornalistas. Porém, se mesmo com toda essa vida devassada pela mídia, Adriano ainda jogasse o bom futebol que o consagrou, todos teriam que se calar e se divertir com as esbórnias do atacante (é só lembrar de Romário, que nem treinar ia e nunca perdeu a majestade). Mas Adriano está anos luz atrás do baixinho e, se quiser voltar a ser o grande jogador que era, é melhor tratar de esquecer fotógrafos pentelhos e lembrar que é só ele fazer bons jogos para que todo mundo esqueça que ele anda enchendo a cara por aí.

O frissom dos acontecimentos de ontem foi tão grande que fez o sempre reservado presidente são paulino, Juvenal Juvêncio, aparecer em uma entrevista coletiva. Não acredito que a surpreendente aparição de Juvenal tenha sido tão providencial assim, pois deu uma importância ainda maior para as acusações da mídia. Talvez a presença de Marco Aurélio Cunha, superintendente de futebol do tricolor, com quem Adriano teve uma discussão ontem, fosse mais adequada para deixar bem claro que o conflito foi superado. Mas o que chamou mesmo a atenção foram as declarações cheias de rancor e raiva do atacante. Adriano exigiu ser chamado de novo de Imperador, disse não estar nem aí para o que a imprensa italiana fala a seu respeito e ainda sugeriu que está sendo perseguido e que a mídia está tentando prejudicá-lo. Ele diz o óbvio quando afirma que tudo o que ele faz é superdimensionado pela imprensa. Ele é o Imperador e, como tal, recebe a atenção devida a uma grande estrela do futebol mundial. Não adianta esbravejar nem se colocar como vítima da situação. Nesta quebra de braço iniciada com a imprensa, Adriano só tem uma chance de vencer: fazer muitos gols e voltar a ser merecedor do título de Imperador que ele tanto gosta.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

É CAMPEÃO!!!!!

O primeiro grito de campeão do Molhando a Camisa é rubro negro!!! Hoje a tarde, em uma partida que teve de tudo, desde golaços até confusão entre os jogadores, o Flamengo bateu o Botafogo e sagrou-se campeão da Taça Guanabara, primeiro turno do campeonato carioca. Para os alvinegros cariocas, resta mais uma vez lamentar um vice-campeonato, continuar a carregar o estigma do ano passado de time que sempre morre na praia e reclamar muito (e com razão) dos árbitros.

Em uma partida emocionante e muito equilibrada, os detalhes fizeram a diferença. Alguns lances polêmicos e um Botafogo prejudicado pela arbitragem em alguns lances cruciais, certamente servirão como desculpa pela derrota amanhã para os torcedores alvinegros. Mesmo assim, o gostinho amargo de mais uma queda em decisões diante o Flamengo ainda vai ficar pelo menos até a final do Carioca. Agora, resta ao Botafogo vencer a Taça Rio e ir à forra na final do campeonato, onde o Flamengo já tem o seu lugar assegurado.

O jogo:

O começo da partida foi alucinante. Com chances desperdiçadas pelos dois times, estava certo que o jogo não terminaria 0x0. Logo aos nove minutos, o primeiro erro da arbitragem: ao cortar um lançamento, Leo Moura recuou a bola para Bruno, que pegou com as mãos. Qualquer garoto sabe que em bola recuada o goleiro não pode segurar com as mãos, sob pena de tiro livre indireto. Contudo, o árbitro Marcelo de Lima Henrique, mesmo com a justa reclamação dos botafoguenses, mostrou que ele não entendeu muito bem o parágrafo que explica sobre este tipo de infração e mandou o jogo seguir sem marcar nada.

Mesmo assim a partida continuou em alta velocidade. Logo depois das reclamações botafoguenses, o Flamengo desperdiçou uma grande chance. O polivalente e melhor jogador do Flamengo, o zagueiro Fábio Luciano, ajeitou uma bola de letra para Jaílton, que, dentro da área, chutou mal. Aos 27 minutos, o atacante Wellington Paulista do Botafogo mostrou que tem o pé melhor calibrado que o meia do Flamengo. Após livrar-se da marcação de 3 jogadores, Wellington entrou na área e chutou rasteiro e cruzado, sem a menor chance de defesa para Bruno. Depois do gol os alvinegros não tiveram dificuldades em segurar o resultado, pelo menos até o intervalo, graças ao goleiro Castillo, que conseguiu cortar alguns cruzamentos para a área alvinegra com segurança.

Vendo que seu time não estava indo tão bem como ele desejava, especialmente no meio de campo, Joel fez duas substituições que surtiram efeito. Ao tirar Marcinho e Jaílton e colocar Klebérson e Obina, os rubro-negros ganharam um maior poderio de marcação no meio do campo e mais um homem de referência no ataque, melhorando as coisas na frente para o Mengo. Ao contrário dos jogos anteriores, onde o o time da Gávea carecia de jogadores de criação, hoje precisava mesmo de alguém para marcar os meias botafoguenses que comandavam o setor intermediário do campo.

Dessa forma, o time de Joel aumentou a pressão e foi pra cima do Botafogo. Mesmo assim só conseguiu o gol de empate na jogada mais polêmica da partida. Em cobrança de falta pela direita, a bola foi alçada na área e o zagueiro Herrera segurou pela camisa Fábio Luciano. O juiz, surpreendentemente, marcou o pênalti. No Brasil, qualquer um que acompanhe futebol sabe que a agarração dentro da área em qualquer jogada de bola alçada na área é comum. Não apareceu na televisão, mas duvido que não houvesse também um flamenguista segurando um botafoguense na área na mesma jogada. Mesmo que não houvesse, se o juiz tivesse mantido o critério, ele também teria marcado pênalti para os alvinegros em jogadas semelhantes posteriores e até mesmo anteriores à penalidade assinalada. Se marca pra um lado, tem que marcar pro outro. Enfim... o Flamengo não tem nada com isso e Íbson, em bela cobrança de pênalti, empatou o clássico. Após o gol, mais uma lambança do senhor Marcelo de Lima Henrique. Souza, em uma das atitudes mais infantis dos jogadores de futebol, foi tomar a bola do goleirão Castillo, que claramente chamou Souza pra porrada (não preciso entender castelhano pra saber que aquele gesto com a cabeça do goleiro quer dizer: O QUE É? VAI ENCARAR?). Zé Carlos, que junto com mais uma dezena de jogadores estava no meio da confusão, acabou expulso injustamente, junto com Souza.

Após o empate, o Botafogo desandou em campo. Sofrendo a pressão rubro-negra teve apenas mais uma boa chance de gol com Wellington Paulista. Aos 35 minutos, ao receber passe de Diguinho, o bom atacante botafoguense concluiu em cima de Ronaldo Angelim. A virada do Flamengo veio aos 46 minutos com Diego Tardelli, que acabara de entrar. Após receber passe de Leo Moura, o ex são paulino concluiu com uma precisão cirúrgica no canto esquerdo do goleiro Castillo, que nada pôde fazer. 2x1 Flamengo e uma festa linda no Maraca. Aos 50 minutos, com muita raça e sem deixar de acreditar no empate em hora nenhuma, o Botafogo quase leva a decisão para os pênaltis. Após uma cobrança de falta na entrada da área, o zagueiro Édson carimbou a trave esquerda de Bruno, que ficou estático só esperando a conclusão do lance. Logo depois o juiz acabou o jogo, dando início a belíssima festa protagonizada pela sempre massiva e fantástica torcida rubro negra, que, mais uma vez, deixou o Maracanã super enfeitado com suas bandeiras e arrepiou a todos com suas lindas canções de apoio e paixão ao time.

Após a partida, em entrevista coletiva, o presidente do Botafogo, completamente irado com a arbitragem lamentável, renunciou ao seu cargo. Sob o pretexto de estar cansado de trabalhar duro para reerguer a Estrela Solitária e sempre ser prejudicado pelas arbitragens (lembrem-se da Copa do Brasil e do Carioca do ano passado), Bebeto deixou o cargo em uma atitude totalmente passional. Provavelmente Bebeto vai voltar atrás da sua decisão, mas sua atitude deve valer como alerta do que uma má arbitragem em um jogo decisivo como o de hoje pode causar.

Todos os erros da arbitragem não tiram de forma alguma o valor da conquista flamenguista, que tem hoje, sem dúvida, um dos melhores elencos do país e vai chegar no Brasileiro lutando diretamente pelo título. Contudo, a equipe do Botafogo merece as congratulações também pelo grande jogo, pela dedicação dos seus jogadores e pelo excelente time montado pelo técnico Cuca. Parabéns ao Flamengo pelo título, mas também devemos parabenizar ao Botafogo e a sua torcida, cansada de ter grandes times e sempre acabar no final perdendo por fatores que fogem a organização tática, garra dos jogadores e qualquer outra coisa que se possa resolver dentro das quatro linhas do campo.