quarta-feira, 21 de maio de 2008

O Gavião que virou Fênix

É aliviante para um torcedor de futebol perceber quando o seu time está se reerguendo de um buraco que não parecia ter mais fim. A ânsia causada pelo fracasso, nos leva a crer que não tem mais volta, já era. Mas atuações como as do últimos jogos e, especialmente na derrota de ontem contra o Botafogo, por 2 a 1, nos trazem uma esperança que, na verdade, já ´[e uma realidade.
Ano passado, com o fim da criminosa parceria com a MSI (que um dia eu defendi), a equipe ficou completamente desfigurada e jogou tão mal quanto qualquer outra equipe da várzea mais esburacada do país. Lembrei-me do Palmeiras, ao fim do contrato com a Parmalat, que resultou no rebaixamento da equipe do Parque Antártica. Naqueles tempos ri e eles choraram. No ano passado, eles se vingaram.
Mas, assim como o Palmeiras, o Corinthians está tomado por uma força interior, que acredito vir do orgulho e da enorme força da sua torcida. Muitos devem estar dizendo: Balela; Torcida ajuda, mas não ganha jogo. É verdade, mas diretoria ganha. Além da força moral e psicológica que a mão fiel e solidária da torcida estendeu para o Timão, os cartolas da equipe, começando desde o presidente Andrés Sanchez até o diretor de futebol Antônio Carlos, resolveram mostrar competência e dedicação ao alvinegro paulista. Fizeram investimentos bons, não tapam o sol com a peneira e só prometem o que podem cumprir. Graças a Deus.
Ontem, assim como nas últimas 6 partidas, vimos um time de verdade em campo. Confesso que estava muito preocupado com o jogo, afinal de contas, o Botafogo vem mordido da semifinal da Copa do Brasil de 2007, perdida para o Figueirense, que resultou no estrelato da bandeirinha Ana Paula de Oliveira. Além disso, os inúmeros fracassos que a Estrela Solitária vem colecionando em decisões nos últimos anos me fazem crer que eles já não agüentam mais morrer na praia. Mas o Corinthians foi para o Engenhão lotado, contra o todo poderoso Botafogo, e dominou os donos da casa no primeiro tempo, com atuações brilhantes da maioria dos jogadores em campo (exceto Eduardo Ramos). Felipe fez uma grande defesa no chute de Wellington Paulista. A dupla de zaga formada por Willian e Chicão é hoje uma das melhores do país. Carlos Alberto nem parece que é volante. Nasceu pra jogar como lateral direito. André Santos mostrou a categoria que lhe é peculiar. Os garotos Dentinho e Lulinha foram ágeis, como tem que ser, e deram trabalho a zaga botafoguense. O volante Fabinho deu raça e marcou como nos velhos tempos. Diogo Ricón me faz lembrar o original. Desde os tempos do colombiano Fred que não via um meia como ele no Timão. Forte, de bom posicionamento e marcação forte, mas com um passe refinado. Herrera mostrou a garra de sempre e comprova que deve ser o sangue argentino que influi mesmo no comportamento dos nossos hermanos em campo. Só precisava ter feito menos faltas...
No segundo tempo, um pênalti infortúnio de Carlos Alberto acabou dando forças ao Botafogo, que mesmo assim só conseguiu marcar aos 43 minutos do segundo tempo, virando o jogo. Com o 2 a 1, o time vai pra São Paulo precisando de uma vitória simples para sair classificado e continuar sonhando com a Libertadores do ano que vem. Estou feliz e confiante na classificação para as finais. Ao final do jogo, o volante Fabinho disso que “o Botafogo nem é tudo isso”. Acho que você está errado, Fabinho. O Botafogo é um grande time sim, um dos melhores do país. O Corinthians é que está, finalmente, chegando lá.

Nenhum comentário: