quinta-feira, 29 de maio de 2008

Ainda não acabou

Ontem foi um dia excepcional para o esporte bretão. O futebol brasileiro mostrou que tem bons times, com capacidade de decidir, também no nordeste. Na Copa do Brasil, os dois times cariocas que preteriam uma vaga na final da competição foram eliminados da maneira mais cruel possível: nos pênaltis. Meu palpite, colocado aqui no post anterior, estava certo, e Sport e Corinthians decidirão qual o primeiro time a conseguir uma vaga na Libertadores 2009. Os resultados de ontem foram demais para dois dos principais líderes do Vasco e Botafogo. O técnico Cuca, que morre na praia a cerca de dois anos com o Botafogo, estava desolado ontem a noite e acabou se demitindo do comando da equipe hoje pela manhã. Já Edmundo, o "animal", depois de perder mais um pênalti decisivo na carreira, anunciou que pendurou as chuteiras hoje a tarde, mas vai ter pela frente outra besta pela frente. O mais ignorante dos dirigentes do futebol mundial, Eurico Miranda, simplesmente negou o pedido de Edmundo para rescindir o contrato para se aposentar. O presidente do Vasco quer que o craque conclua seu compromisso, e que se f&#$%. O atacante deve estar de cabeça quente depois de mais um fiasco na carreira. Além dos precedentes violentos, só agora, de cabeça, pensando rapidinho, me lembro de três penalidades desperdiçadas por ele que prejudicaram o Vasco. No ano 2000, na final do Campeonato Mundial, diante de um Maracanã lotado, o atacante perdeu a penalidade que deu o primeiro campeonato mundial reconhecido pela FIFA para o Corinthians. Recentemente, na Taça Guanabara, Edmundo perdeu um contra o Flamengo, jogando fora as chances da equipe de seguir na competição. E ontem, mais um... Isso sem falar nos que ele jogou pra fora pelo Palmeiras, que eu realmente não me lembro. Foi um grande jogador, mas amarelou nas horas mais decisivas.
Pela Libertadores, foi difícil, mas o Fluminense mostrou que tem time para parar o Boca Juniors. E agora, até Riquelme é dúvida pro jogo de volta. Todo cuidado ainda é pouco com o maior bicho papão da atualidade na Libertadores, afinal eles adoram inventar uma surpresa quando jogam fora de casa. O 2 a 2 de ontem dá ao tricolor carioca a vantagem de poder empatar em 0 a 0 e 1 a 1, resultados que eu sinceramente não acredito que aconteçam. O time com o futebol mais ousado e ofensivo da atualidade no Brasil, deve ir pra cima pra tentar sacramentar de uma vez a classificação para a final. Menções honrosas para Thiago Silva, melhor zagueiro do Brasil, e para Renato Gaúcho, o técnico jovem mais promissor do país.
Apesar de toda a festa de pernambucanos, paulistas e cariocas, é preciso lembrar que ainda não tem nada ganho. O Timão tem um time empolgado e bom tecnicamente pela frente para chegar na competição continental mais almejada pelo alvi negro. O Sport vai enfrentar uma equipe com brios, que tem na sua torcida e na dedicação em campo de seus jogadores a sua maior arma. E o Fluminense...... Bom, o Fluminense tem o Boca pra vencer. Precisa falar mais alguma coisa?





domingo, 25 de maio de 2008

Começo em ponto morto...



Até aqui, o Campeonato Brasileiro não começou. As grandes equipes que estão disputando Libertadores ou Copa do Brasil, preferem guardar seus times titulares para essas competições, que estão em fase decisiva. Agora que o funil começou a estreitar, é que a competição vai começar pra valer. O São Paulo, provavelmente sem Adriano, vai começar a colocar seu time de verdade em campo, assim como o Santos e, se Deus quiser, o Botafogo. Com exceção do time da Vila, as outras duas são candidatas sérias ao título. A estrela solitária, já que treme tanto na hora de partidas decisivas, deveria aproveitar um campeonato comprido como o Brasileiro para tentar conquistar um título. Pelo menos não teria que jogar uma final. O São Paulo só terá chance se conseguir montar um time que lembre o dos anos anteriores. Jogador e técnico pra isso tem.
Falando em São Paulo, a eliminação da Libertadores foi uma demonstração que a camisa não pesa tanto assim no futebol, como falam por aí. A tradição do tricolor paulista é infinitamente maior que a do carioca na competição, mas nem por isso deixou de ser pressionada e de tomar um gol de herói aos 46 do segundo tempo. Quem parecia ser tetra campeão da Libertadores era o Fluminense.
Pra contrariar esta afirmação, o Boca Juniors, como sempre, mostra a força da camisa que consagrou Maradona. Assim como no ano passado, a equipe faz uma campanha apenas intermediária na primeira fase, jogando o suficiente pra se classificar para a segunda, e na hora da decisão surge como um furacão que engole todo mundo. Coitado do Atlas. O time mexicano até que era bonzinho... Agora é torcer pro Fluminense provar mais uma vez que com ele esse negócio de camisa não tem tanta importância assim. Acho difícil, mas não custa torcer.
Outro destaque dos últimos dias é a equipe do Sport. É excelente para o futebol de todo o nordeste uma equipe daqui se sobressair assim em competições de nível nacional. A mídia esportiva brasileira não dá a mínima para os campeonatos estaduais nordestinos que são, junto com o Sul, a segunda força do Brasil. Mesmo depois de Sport e Náutico terem feito bons campeonatos no ano passado, nada mudou. Agora, no começo do Brasileiro, já tivemos o Náutico na liderança e agora o Vitória goleando o Figueirense por 4 a 0, uma das equipes com melhor estrutura de base do país. Melhor que eles, o Sport vem jogando como time grande nas duas competições que disputa. Botou um time com reservas pra enfrentar os mais reservas ainda do Fluminense e venceu. Na Copa do Brasil, bateu fácil o Vasco e deve seguir para a final da competição. A minha aposta pra partida decisiva da Copa é entre Corinthians e Sport. Difícil vai ser dizer pra quem esse título seria mais importante. Para o Corinthians significaria a classificação para a Libertadores no ano em que disputa a segunda divisão. Para o Sport, seria o segundo título a nível nacional da equipe (o Leão foi campeão brasileiro em 1987) e a segunda chance de disputar a Libertadores (em 1988, a equipe foi eliminada logo na primeira fase). Difícil saber, não?

quarta-feira, 21 de maio de 2008

O Gavião que virou Fênix

É aliviante para um torcedor de futebol perceber quando o seu time está se reerguendo de um buraco que não parecia ter mais fim. A ânsia causada pelo fracasso, nos leva a crer que não tem mais volta, já era. Mas atuações como as do últimos jogos e, especialmente na derrota de ontem contra o Botafogo, por 2 a 1, nos trazem uma esperança que, na verdade, já ´[e uma realidade.
Ano passado, com o fim da criminosa parceria com a MSI (que um dia eu defendi), a equipe ficou completamente desfigurada e jogou tão mal quanto qualquer outra equipe da várzea mais esburacada do país. Lembrei-me do Palmeiras, ao fim do contrato com a Parmalat, que resultou no rebaixamento da equipe do Parque Antártica. Naqueles tempos ri e eles choraram. No ano passado, eles se vingaram.
Mas, assim como o Palmeiras, o Corinthians está tomado por uma força interior, que acredito vir do orgulho e da enorme força da sua torcida. Muitos devem estar dizendo: Balela; Torcida ajuda, mas não ganha jogo. É verdade, mas diretoria ganha. Além da força moral e psicológica que a mão fiel e solidária da torcida estendeu para o Timão, os cartolas da equipe, começando desde o presidente Andrés Sanchez até o diretor de futebol Antônio Carlos, resolveram mostrar competência e dedicação ao alvinegro paulista. Fizeram investimentos bons, não tapam o sol com a peneira e só prometem o que podem cumprir. Graças a Deus.
Ontem, assim como nas últimas 6 partidas, vimos um time de verdade em campo. Confesso que estava muito preocupado com o jogo, afinal de contas, o Botafogo vem mordido da semifinal da Copa do Brasil de 2007, perdida para o Figueirense, que resultou no estrelato da bandeirinha Ana Paula de Oliveira. Além disso, os inúmeros fracassos que a Estrela Solitária vem colecionando em decisões nos últimos anos me fazem crer que eles já não agüentam mais morrer na praia. Mas o Corinthians foi para o Engenhão lotado, contra o todo poderoso Botafogo, e dominou os donos da casa no primeiro tempo, com atuações brilhantes da maioria dos jogadores em campo (exceto Eduardo Ramos). Felipe fez uma grande defesa no chute de Wellington Paulista. A dupla de zaga formada por Willian e Chicão é hoje uma das melhores do país. Carlos Alberto nem parece que é volante. Nasceu pra jogar como lateral direito. André Santos mostrou a categoria que lhe é peculiar. Os garotos Dentinho e Lulinha foram ágeis, como tem que ser, e deram trabalho a zaga botafoguense. O volante Fabinho deu raça e marcou como nos velhos tempos. Diogo Ricón me faz lembrar o original. Desde os tempos do colombiano Fred que não via um meia como ele no Timão. Forte, de bom posicionamento e marcação forte, mas com um passe refinado. Herrera mostrou a garra de sempre e comprova que deve ser o sangue argentino que influi mesmo no comportamento dos nossos hermanos em campo. Só precisava ter feito menos faltas...
No segundo tempo, um pênalti infortúnio de Carlos Alberto acabou dando forças ao Botafogo, que mesmo assim só conseguiu marcar aos 43 minutos do segundo tempo, virando o jogo. Com o 2 a 1, o time vai pra São Paulo precisando de uma vitória simples para sair classificado e continuar sonhando com a Libertadores do ano que vem. Estou feliz e confiante na classificação para as finais. Ao final do jogo, o volante Fabinho disso que “o Botafogo nem é tudo isso”. Acho que você está errado, Fabinho. O Botafogo é um grande time sim, um dos melhores do país. O Corinthians é que está, finalmente, chegando lá.

domingo, 18 de maio de 2008

Marcos Evangelista de Morais

Cafu. De todos os jogadores de futebol que conheço, este é o que causa mais controvérsia entre os torcedores. Não quanto a sua paixão em jogar futebol, que ninguém duvida, mas em relação a sua qualidade técnica. Ótimo marcador, nos últimos tempos, foi taxado como lateral que não consegue apoiar bem o ataque e que tem péssimos cruzamentos. Junto com Roberto Carlos, que ficou arrumando a meia na hora e lugar errados, foi indicado como um dos maiores fiascos do Brasil na Copa do Mundo da Alemanha, inclusive por mim. Para outras pessoas sua experiência e força dentro do campo ajudava a foramar uma unidade dentro do campo. Pra mim, lêdo engano. Claro que ele deve ter sido melhor que o apático Emerson ou o atual capitão da seleção brasileira, que eu nem me lembro quem seja agora. Mas não dá nem pro cheiro quando comparamos ele com Dunga ou Carlos Alberto Torres.
O lateral direito, que está prestes a completar 38 anos, parece que vai parar de jogar futebol. Este final de semana, fez sua última partida com a camisa do Milan, clube que defendeu por cinco anos e que está no banco há dois, na goleada contra o Udinese, que confirmou a quinta colocação do rubro negro de Milão que o deixou fora da Copa dos Campeões. Suspeito que esta tenha sido a sua última partida dentro de um campo de futebol, já que pela seleção brasileira ele só joga de novo se resolverem colocá-lo em algum jogo festivo.
Marcos Evangelista de Morais, independentemente se fez ou não grandes partidas nos últimos tempos, ajudou a dar ao Brasil o título de país do futebol. Conquistou com a seleção os títulos mundiais de 1994 e 2002, nenhum outro jogador entrou em campo tantas vezes quanto ele com a camisa canarinho e representou por muito tempo um grupo de jogadores repleto de estrelas e, entre elas, alguns dos maiores jogadores da história do futebol. É muita responsabilidade e prestígio para um jogador só.
Nem de longe podemos compará-lo com outros jogadores de defesa brasileiros, como Nilton Santos ou Carlos Alberto Torres, mas devemos a ele o nosso melancólico agradecimento. Algo do tipo: "Pô... Valeu aí... mas já tivemos melhores". Essa mania de grandeza do brasileiro (falando estritamente de futebol, é claro) acaba dando a responsabilidade de ser sempre o melhor para cada jogador que entra em campo. Cafu não conseguiu, mas não se pode esquecer toda a longa trajetória dele. A máxima "qualidade é melhor do que quantidade" não se aplica ao jogados. Pra ele, ficaria melhor justamente o contrário.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Hey megalomaniac! You´re not Jesus!

Estamos chegando às quase mil visitas no Molhando a Camisa e quem acompanha o nosso blog o mínimo que seja, já descobriu algumas das minhas preferências e opiniões. Quase todo mundo sabe que eu torço pro Corinthians, que o futebol da Bahia tem um potencial enorme não aproveitado ou que eu odeio o jeito do São Paulo jogar.
Outra coisa que também é fácil de descobrir é a minha aversão ao dirigente do Clube de Regatas Flamengo, o digníssimo senhor Kléber Leite. Ninguém duvida que ele dirige mesmo o time com maior torcida do Brasil, quem sabe até do mundo, mas se vangloriar disso aos sete ventos e achar que é melhor do que qualquer outro cartola do nosso pobre futebol nacional, é demais.
Como todo brasileiro, fiquei surpreso com a ridícula eliminação do Flamengo contra o América dentro do Maracanã lotado. Diria até triste, afinal de contas eu os considerava o time do Brasil mais preparado para conquistar o título continental. Mas, pensando melhor depois, até que esta história toda teve um lado positivo. Kleber Leite gritou, esperneou e usou do seu cargo de dirigente para intimidar e ameaçar os membros da Comenbol se as suas reivindicações em relação aos jogos na altitude não fossem atendidas. Chegou a dizer até que o Flamengo é superior a entidade de futebol das Américas e que sua influência na Fifa era imensurável. Maluco. Acho que essa foi uma lição dos céus. A vitória com “v” maiúsculo na altitude de mais de 2000 metros da Cidade do México e a vergonhosa derrota dentro do Maraca inverteu as coisas para o megalomaníaco Kleber. Se fosse o contrário, ele estaria esbravejando até agora pedindo, ou melhor, exigindo a extinção completa dos jogos nas alturas e culpando o fator pela eliminação do rubro-negro carioca.
Pior que ele, só mesmo Eurico. Mas, se continuar se esforçando como está, Kleber logo logo chega no encalce do presidente vascaíno.

domingo, 11 de maio de 2008

Começou de novo!

Começou neste fim de semana o Campeonato Brasileiro das série A e B. Este ano, mais do que nunca, é impossível apostar em um vencedor para o título da série A. Flamengo, Cruzeiro, Palmeiras, Botafogo, Fluminense e Internacional são as equipes que vão disputar o caneco este ano. Não. Eu não estou esquecendo o São Paulo, atual bicampeão nacional. Mas é bem provável que Adriano vá embora em breve, deixando o tricolor desamparado do seu artilheiro. Até o tanque de guerra Aloísio deve abandonar o Morumbi, indo lá pro Olímpico. Sem eles, pra quem o time vai alçar bola na área? Dagoberto? Fale sério... Há algum tempo a equipe vem mostrando um futebol muito aquém daquele que conquistou o tri da Libertadores e o penta do brasileiro.
Na primeira rodada da série A, tive pena do Vitória. Eles nem jogaram tão mal assim, mas se o Cruzeiro quisesse teria acabado com a partida logo no primeiro tempo. Quem se salva no time rubro negro mesmo só o atacante Marquinhos que, em breve, deve dar adeus.
O São Paulo, jogando sem Adriano, foi mal e perdeu para o Grêmio por 1 a 0 dentro do Morumbi. Bom para o futebol brasileiro e para o técnico Celso Roth, que já estava na mira da diretoria do Grêmio. Depois do fracasso no Gaúcho, Tite já está engatilhado caso a equipe não engrene no nacional.
O Coritiba mostrou que, ao contrário do muita gente diz, tem um bom time. Com dois belos gols, o campeão paranaense deu show no Palmeiras e venceu por 2 a 0. Infelizmente, times como o Coxa, Vitória e Portuguesa não tem cacife pra segurar jogadores como Marquinhos, Keirrisson ou Diogo nos seus times. Em breve, eles devem ir pra um grande do país, deixando os tradicionais "médios"em situação complicada.
Na segunda divisão, o Corinthians me decepcionou, confesso. 3 a 2 contra o CRB dentro do Pacaembu lotado é o máximo que esse time pode conseguir? Se tivermos que esperar noites inspiradas de Herrera para voltar a série A, estaremos perdidos...
O Bahia me parece em situação pior que a do Vitória. Sem ningúem no elenco que preste, o time empatou com o Fortaleza no Jóia da Princesa. Desse jeito fica difícil...
Sem muitas surpresas, o Brasileiro acabou sua primeira rodada com uma perspectiva de muito equilíbrio. Bom pro torcedor e pro futebol brasileiro, que vai ver times de todas as regiões do país lutando por objetivos distintos em todas as regiões da tabela.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

A receita do vexame

Não poderia deixar de comentar aqui o imenso orgulho que senti de trabalhar com o futebol baiano no último final de semana. Não me lembro de ter presenciado nos últimos tempos tamanho espírito esportivo e honestidade por parte de diretoria e jogadores de tantos clubes ao mesmo tempo quanto na última rodada do quadrangular decisivo do campeonato baiano 2008. Sob rumores de que o Bahia “abriria as pernas” para uma vitória do time de Conquista em caso de triunfo do Vitória sobre o Itabuna na outra partida, foram logo abafados com uma atuação de gala do Esquadrão de Aço. Aliás, por muito pouco, o tricolor não consegue o impossível e consegue uma goleada sobre o Vitória da Conquista pra ficar com o título. Faltou pouco, muito pouco. De consolo serve aos torcedores do tricolor saberem que, ao menos moralmente, são campeões baianos. Terminaram a competição com oito pontos a mais do que os principais rivais. Ou seja, perderam para o formato de disputa do campeonato, e não para o Vitória.
Falando em grandes goleadas, é verdade que ninguém esperava aquilo que aconteceu ontem no Maracanã. Depois de vencer em pleno estádio Asteca por 4 a 2 o time do América, o Flamengo veio pro Rio de Janeiro praticamente com a classificação assegurada, esperando apenas uma tragédia para ficar de fora da Libertadores. Mas o clube inteiro fez de tudo, menos se concentrar para a partida de ontem. Só pensavam no título carioca, na despedida de Joel e na dúvida que circunda Caio Júnior. O foco do rubro negro era outro. Queriam mesmo era encher o estádio e dizer adeus ao Homem prancheta com um tom de saudosismo e melancolia, esquecendo-se que do outro lado tinha um time em recuperação. Na partida que antecedeu a decisão de ontem, o América tinha saído de um jejum de meses no Campeonato Mexicano e vinha em franca ascensão. Mas o Flamengo estava preocupado demais em lamber Joel para se preocupar com o tradicional América do México. Resultado: goleada e eliminação do que, pra mim, era um dos mais fortes candidatos brasileiros à conquista do caneco. No final de tudo, fico mesmo com pena de Caio Júnior, que viu seus sonhos de ir ao topo da escala dos técnicos brasileiros em apenas seis jogos ir por água abaixo.
Mas esse filme eu já tinha visto há pouco tempo. Há uma semana atrás, o Palmeiras já estava se considerando campeão paulista. Até camisa e faixas de campeão Luxemburgo resolveu entregar aos jogadores antes da entrada pra decisão. Mas, antes da final do Estadual, o verdão tinha um compromisso importantíssimo pela Copa do Brasil, com o então futuro campeão pernambucano, o Sport. A síndrome de superioridade sudestina que infesta os times de Rio e São Paulo associado com a expectativa do título em São Paulo, fez a equipe perder o foco e fazer uma partida ridícula, e ser goleado pelos Nordestinos arretados do Sport, deixando escapar a chance de se classificar para a Libertadores antecipadamente. Vale lembrar que, assim como o Flamengo, o Palmeiras era franco favorito a conquistar a Copa do Brasil, junto com o todo poderoso Internacional.
Tomando essas duas partidas como exemplo, podemos chegar a uma conclusão que Adriano e Ronaldinho Gaúcho já devem ter chegado a algum tempo: pra se perder um jogo ou um campeonato de lavada, basta fazer festa. Ainda mais antes da hora.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Chupa que é de uva... verde

Ontem o dia foi excelente para o futebol brasileiro. Na libertadores, os dois cariocas deram passos enormes rumo a próxima fase da competição. O São Paulo, com aquele joguinho medíocre baseado em cruzamentos para a área e nada mais, sofreu muito, mas conseguiu empatar fora de casa. Bom resultado, apesar de tudo. Até o Cruzeiro, que jogou mal, perdeu na Bombonera com apenas um gol de diferença e ainda fez um gol fora. Resultado totalmente reversível e que até inspira um pouco de confiança, apesar do adversário ser o todo poderoso Boca Júniors de Riqulme, Pallermo e Palácios.
Mas a sensação de ontem foi, sem dúvida, a Copa do Brasil. Pra começar, tivemos a confirmação da sensação da competição: o Corinthians de Alagoas. Mesmo perdendo por 3 a 1 para o Juventude, finalista do campeonato gaúcho e que já ganhou três vezes do poderoso Internacional só esse ano, o time nordestino se classificou e agora vai jogar com o Vasco. A Copa do Brasil sempre tem um time minúsculo que surpreende, mas eles sempre acabam morrendo na praia. Acho que dessa vez não será exceção. Se não for contra o Vasco, vai ser contra o vencedor de Internacional e Sport.
Mas a noite era dos torcedores do Corinthians, seja ele de Alagoas ou de São Paulo. Primeiro, o xará nordestino se classificou. Depois, o principal rival tomou uma surra muito bem dada pelo bom time do Sport, fazendo a imprensa cair de pau e botar um pouco de pressão em cima dos alviverdes. Desse jeito dá até pra acreditar em uma reação da Ponte Preta no domingo...
Mas o ápice de tudo foi o jogo de ontem no Morumbi. Corinthians (o verdadeiro) entrava em campo depois de perder feio em Goiânia, por 3 a 1. Todo mundo já tava enterrando o Corinthians e dando como certa a eliminação. Só que essas pessoas que sepultavam o time do Parque São Jorge antes da hora se esqueciam de duas coisas: A primeira é do Cianorte. Caio Júnior com certeza não esqueceu.
A outra foi daquela semifinal da Libertadores de 2000 contra o Palmeiras, quando Marcelinho Carioca perdeu um pênalti e eliminou o Corinthians da competição. Desde aquele dia, o alvinegro só joga as competições nacionais com o intuito de se classificar para a competição continental e ir a forra. O título em nível nacional é um mero detalhe.
Em 2008, com o time na série B, a única chance do Corinthians ir pra Libertadores, é vencendo a Copa do Brasil. Agora, depois de superada a pífia equipe do Goiás, a equipe terá que superar primeiro o São Caetano e depois o vencedor do confronto entre Botafogo e Atlético Mineiro para chegar às finais. Se conseguir o título, será a redenção dentro do próprio inferno. Agora, se terá time para ser campeão eu não sei. Vontade eu garanto.