domingo, 18 de maio de 2008

Marcos Evangelista de Morais

Cafu. De todos os jogadores de futebol que conheço, este é o que causa mais controvérsia entre os torcedores. Não quanto a sua paixão em jogar futebol, que ninguém duvida, mas em relação a sua qualidade técnica. Ótimo marcador, nos últimos tempos, foi taxado como lateral que não consegue apoiar bem o ataque e que tem péssimos cruzamentos. Junto com Roberto Carlos, que ficou arrumando a meia na hora e lugar errados, foi indicado como um dos maiores fiascos do Brasil na Copa do Mundo da Alemanha, inclusive por mim. Para outras pessoas sua experiência e força dentro do campo ajudava a foramar uma unidade dentro do campo. Pra mim, lêdo engano. Claro que ele deve ter sido melhor que o apático Emerson ou o atual capitão da seleção brasileira, que eu nem me lembro quem seja agora. Mas não dá nem pro cheiro quando comparamos ele com Dunga ou Carlos Alberto Torres.
O lateral direito, que está prestes a completar 38 anos, parece que vai parar de jogar futebol. Este final de semana, fez sua última partida com a camisa do Milan, clube que defendeu por cinco anos e que está no banco há dois, na goleada contra o Udinese, que confirmou a quinta colocação do rubro negro de Milão que o deixou fora da Copa dos Campeões. Suspeito que esta tenha sido a sua última partida dentro de um campo de futebol, já que pela seleção brasileira ele só joga de novo se resolverem colocá-lo em algum jogo festivo.
Marcos Evangelista de Morais, independentemente se fez ou não grandes partidas nos últimos tempos, ajudou a dar ao Brasil o título de país do futebol. Conquistou com a seleção os títulos mundiais de 1994 e 2002, nenhum outro jogador entrou em campo tantas vezes quanto ele com a camisa canarinho e representou por muito tempo um grupo de jogadores repleto de estrelas e, entre elas, alguns dos maiores jogadores da história do futebol. É muita responsabilidade e prestígio para um jogador só.
Nem de longe podemos compará-lo com outros jogadores de defesa brasileiros, como Nilton Santos ou Carlos Alberto Torres, mas devemos a ele o nosso melancólico agradecimento. Algo do tipo: "Pô... Valeu aí... mas já tivemos melhores". Essa mania de grandeza do brasileiro (falando estritamente de futebol, é claro) acaba dando a responsabilidade de ser sempre o melhor para cada jogador que entra em campo. Cafu não conseguiu, mas não se pode esquecer toda a longa trajetória dele. A máxima "qualidade é melhor do que quantidade" não se aplica ao jogados. Pra ele, ficaria melhor justamente o contrário.

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