quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Mais um 0x0...

E mais um clube brasileiro empatou sem gols pela Libertadores. Após Flamengo e Santos, dessa vez foi o Fluminense que conseguiu o mais insosso de todos os resultados do futebol. Contra a equipe da LDU ontem, o tricolor carioca até que fez um bom segundo tempo, mas graças a erros da arbitragem a favor dos equatorianos e das grandes defesas de Fernando Henrique, o Flu voltou pra casa com um pontinho suado na bagagem. Agora, entre os brasileiros, apenas o São Paulo não estreou, o que acontecerá no dia 27 desse mês, contra o Nacional da Colômbia.

Ontem o tricolor carioca foi até a capital equatoriana para fazer sua estréia no chamado "grupo da morte" da Libertadores. Jogando na altitude e contra uma equipe bem montada, o Fluminense começou jogando retraído, esperando uma pressão dos equatorianos para explorar os contra ataques. Mas não foi o que aconteceu. O que se viu no primeiro tempo foi um LDU com apenas uma alternativa de jogada ofensiva, que deu resultado em duas jogadas apenas. O ala Guerron jogava pela direita sob a marcação do bom Júnior César, que não permitiu grandes jogadas individuais do equatoriano. Contudo, ao evitar os dribles, Júnior César cedeu espaço para os cruzamentos e os fortes chutes cruzados de Guerron. Em duas oportunidades Fernando Henrique teve que trabalhar duro (e contar com a sorte também) para evitar o gol da LDU. Apoiado sempre pelo bom meio armador Vera, Guerron foi o principal jogador do time da casa no primeiro tempo.

Mesmo tendo poucas oportunidades de ataque, os equatorianos também não foram surpreendidos pelo Fluminense na primeira metade do jogo. Errando muitos passes devido à velocidade que a bola ganhava por causa do ar rarefeito, os cariocas tentavam chegar, mas paravam antes da intermediária da LDU. Com um Thiago Neves praticamente ausente em campo, Leandro Amaral voltava pra buscar o jogo, mas parava sempre nos erros de passe. Na única jogada em que os tricolores conseguiram concluir a gol, Washington ajeitou um lançamento de cabeça para Thiago Neves, que acertou um foguete. O goleiro Cevallos espalmou a bola pra escanteio, mas com tranqüilidade. As grandes figuras mesmo dos tricolores nessa primeira etapa foram Júnior César, marcador implacável de Guerron, e Fernando Henrique.

Com Cícero na equipe no segundo tempo, os cariocas melhoraram muito e passaram a comandar o jogo. Além da entrada do ex jogador do Bahia, Thiago Neves, que fez um primeiro tempo lamentável, subiu muito de produção e logo no começo da segunda etapa obrigou Cevallos a fazer uma boa defesa e acertou uma bola na trave. Aos 16 minutos aconteceu a jogada que poderia ter mudado a história da partida. Ao ser lançado por Leandro Amaral, o atacante Thiago ficou sozinho cara a cara com o goleiro equatoriano. Na conclusão, Cevallos fez a defesa com as mãos fora da área, jogada que valia automaticamente o cartão vermelho para o guarda redes da LDU. O juiz, pressionado pela torcida e pelos jogadores, não teve personalidade e deu um inexplicável cartão amarelo pro goleirão equatoriano. Pelo visto, não é só aqui no Brasil que a arbitragem faz lambança.

No final da partida, Renato Gaúcho, em uma atitude retranqueira e digna de um técnico inexperiente, tirou Thiago Neves do jogo para colocar o zagueiro Roger. Com isso, a equipe carioca ficou sem ofensividade e chamou os equatorianos para o seu campo de defesa. Por causa disso, os tricolores passaram um sufoco no final que, se não fosse pela noite inspirada de Fernando Henrique, teria sido fatal. Inclusive, com defesas importantes, a grande figura da partida toda foi o goleiro tricolor. Apesar de rebater todas as bolas, Fernando Henrique foi eleito tanto pela imprensa equatoriana quanto pela brasileira como o melhor jogador em campo.

Com o empate, o Fluminense passou a dividir a segunda colocação do grupo com a LDU, já que os argentinos do Arsenal venceram o Libertad em casa por 1x0. O time das Laranjeiras volta a jogar agora no dia 05 de março, justamente contra o Arsenal, no Maracanã.

E os Argentinos, hein?

Ontem, finalmente, os clubes argentinos conseguiram pontuar na Libertadores. Após as derrotas de River, Estudiantes e San Lorenzo, o modesto Arsenal venceu o Libertad do Paraguai em casa e assumiu a liderança do grupo 8, considerado o mais equilibrado de todos. Com um belo gol de falta, os argentinos se livraram de perder em casa, pois os paraguaios pressionaram durante boa parte do jogo.

O Boca Júniors foi a última equipe argentina a estrear. E, como de costume, não começou tão bem assim. Após sair atrás do placar contra o Maracaibo, em cruzamento de Riquelme, Battaglia conseguiu concluir pro gol, empatando para o atual vice-campeão mundial. Contudo, não devemos nos enganar. Em edições anteriores, inclusive na do ano passado, em que o Boca sagrou-se campeão, a equipe de Riquelme e companhia não começou nada bem, mas encontrou seu melhor futebol durante a competição, vencendo com sobra todos os adversários da segunda fase.

Hoje, às 19 horas, teremos o primeiro embate Brasil x Argentina. O Cruzeiro vai até a Argentina jogar contra o desesperado San Lorenzo, que ainda não venceu esse ano. Com contratações de peso, como D´Alessandro, e comemorando o ano do centenário, a equipe cabeça de chave do grupo 1 sofre com uma grande pressão para vencer em casa. Por causa disso e, é claro, da boa fase que atravessa, os cruzeirenses chegam com pinta de favoritos. Mesmo com o favoritismo, o técnico Adílson Batista terá que se preocupar com o campo com 5 metros a menos de largura do que o normal. Mesmo fazendo treinos secretos, não é difícil de imaginar que Adílson pediu aos mineiros para jogarem juntos e explorar o entrosamento da equipe 100% na temporada. Contando com Wagner, Guilherme e Marcelo Moreno, mas com a ausência do zagueiro Thiago Heleno, o Cruzeiro tem de tudo pra fazer mais uma boa partida e colocar os brasileiros na frente no duelo contra os argentinos na Libertadores.

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