Cafu. De todos os jogadores de futebol que conheço, este é o que causa mais controvérsia entre os torcedores. Não quanto a sua paixão em jogar futebol, que ninguém duvida, mas em relação a sua qualidade técnica. Ótimo marcador, nos últimos tempos, foi taxado como lateral que não consegue apoiar bem o ataque e que tem péssimos cruzamentos. Junto com Roberto Carlos, que ficou arrumando a meia na hora e lugar errados, foi indicado como um dos maiores fiascos do Brasil na Copa do Mundo da Alemanha, inclusive por mim. Para outras pessoas sua experiência e força dentro do campo ajudava a foramar uma unidade dentro do campo. Pra mim, lêdo engano. Claro que ele deve ter sido melhor que o apático Emerson ou o atual capitão da seleção brasileira, que eu nem me lembro quem seja agora. Mas não dá nem pro cheiro quando comparamos ele com Dunga ou Carlos Alberto Torres.O lateral direito, que está prestes a completar 38 anos, parece que vai parar de jogar futebol. Este final de semana, fez sua última partida com a camisa do Milan, clube que defendeu por cinco anos e que está no banco há dois, na goleada contra o Udinese, que confirmou a quinta colocação do rubro negro de Milão que o deixou fora da Copa dos Campeões. Suspeito que esta tenha sido a sua última partida dentro de um campo de futebol, já que pela seleção brasileira ele só joga de novo se resolverem colocá-lo em algum jogo festivo.
Marcos Evangelista de Morais, independentemente se fez ou não grandes partidas nos últimos tempos, ajudou a dar ao Brasil o título de país do futebol. Conquistou com a seleção os títulos mundiais de 1994 e 2002, nenhum outro jogador entrou em campo tantas vezes quanto ele com a camisa canarinho e representou por muito tempo um grupo de jogadores repleto de estrelas e, entre elas, alguns dos maiores jogadores da história do futebol. É muita responsabilidade e prestígio para um jogador só.
Nem de longe podemos compará-lo com outros jogadores de defesa brasileiros, como Nilton Santos ou Carlos Alberto Torres, mas devemos a ele o nosso melancólico agradecimento. Algo do tipo: "Pô... Valeu aí... mas já tivemos melhores". Essa mania de grandeza do brasileiro (falando estritamente de futebol, é claro) acaba dando a responsabilidade de ser sempre o melhor para cada jogador que entra em campo. Cafu não conseguiu, mas não se pode esquecer toda a longa trajetória dele. A máxima "qualidade é melhor do que quantidade" não se aplica ao jogados. Pra ele, ficaria melhor justamente o contrário.

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